"Upanixade Katha
é o mais conhecido de todos os Upanixades. Muitos eruditos ocidentais o
descreveram como ‘um dos mais perfeitos exemplos da filosofia e da poesia
mística dos antigos hindus’. A razão pela qual esse Upanixade recebeu tal reconhecimento
em todo o mundo não é difícil de perceber. É o tema da Morte discutido no
Upanixade Katha que evocou grande
respeito por seus ensinamentos tanto no Oriente quanto no Ocidente. Desde tempos
mais antigos, a morte tem sido um dos problemas enigmáticos para o homem. O
homem moderno, que alcançou tantas coisas no campo da ciência e da tecnologia,
se encontra totalmente desamparado diante da morte. Ele pode saber como
conquistar o espaço exterior, mas com relação à história sobre a morte é tão
ignorante quanto o homem primitivo. Incapaz de estabelecer uma maestria sobre a
morte, o homem busca com todas suas forças prolongar a existência terrena. Se o
homem pudesse ampliar a extensão de sua vida na terra, então a morte seria pelo
menos postergada, pois ele sabe que quando chega a hora da morte, será inútil
fazer qualquer coisa. (...)
Mais uma vez, não é uma crença na reencarnação ou na
imortalidade da alma que pode libertar o homem do espectro da morte. O homem
precisa conhecer o Segredo da Morte, e esse segredo não é conhecido de ninguém
além da própria morte. É a morte e tão somente a morte que pode comunicar o
segredo, não há outro caminho, senão uma comunhão direta com a Morte, se o
homem quiser conhecer esse Segredo dos segredos, sem o que ele deve permanecer
um estranho para as alegrias da vida. Mas como o homem pode arrancar esse
segredo da morte? É este o caminho no Upanixade Katha, onde Yama, o Senhor da Morte, é o instrutor e Naciketa, o
intrépido jovem investigador, é o discípulo."
(Rohit Mehta - O
chamado dos Upanixades – Ed. Teosófica, Brasília, 2003, p. 51/52)
Nenhum comentário:
Postar um comentário