"Volte-se para Deus e
você se verá rompendo as correntes dos hábitos e do ambiente. (...) O Eu
identificado com o ego é prisioneiro; o Eu identificado com a alma é livre. A
mente pode lhe dizer que você é incapaz de libertar-se de um hábito em especial,
mas os hábitos são apenas repetições de seus próprios pensamentos e, esses,
você tem a capacidade de mudar.
A maioria das pessoas
que decide parar de fumar ou de comer doces em demasia continua a realizar tais
atos malgrado seus bons propósitos. Elas não mudam porque as suas mentes, como
mata-borrões, absorveram os seus hábitos de pensar. Hábito significa que a
mente acredita não poder se livrar de determinado pensamento. O hábito é tenaz,
sem dúvida. Uma vez praticado, um ato deixa um efeito ou impressão na sua
consciência. Como resultado dessa influência, você tem probabilidade de repetir
esse ato.
A repetição de um ato
cria uma configuração mental. Todas as ações são executadas mental e
fisicamente. A repetição de um ato em particular e da imagem mental que o
acompanha forma sutis caminhos elétricos no cérebro físico, como se fossem as
ranhuras de um disco fonográfico. Após algum tempo, sempre que você puser a
agulha da atenção nessas ‘ranhuras’ de caminhos elétricos, ela tocará o ‘disco’
da configuração mental original. Cada vez que o ato se repete, essas ‘ranhuras’
de trajetos elétricos se aprofundam, até que uma atenção mínima faz ‘tocar’,
automaticamente, esse mesmo ato, cada vez mais.
Esses padrões fazem com
que você se comporte de certo modo, frequentemente contra seu próprio desejo.
Sua vida segue essas ranhuras que você mesmo criou em seu cérebro. Nesse
sentido, você não é uma pessoa livre. Em maior ou menor grau, é vítima dos
hábitos que formou. Dependendo da profundidade desses traçados, você é, na
mesma proporção, um fantoche. Você pode, porém, neutralizar as imposições desses maus hábitos. Como? Criando em seu
cérebro configurações mentais de bons hábitos opostos. E pode também apagar
completamente, por meio da meditação, as ‘ranhuras’ dos maus hábitos.
Você tem de curar-se
dos maus hábitos, cauterizando-os com os bons hábitos opostos. Se tem, por
exemplo, o mau hábito de mentir e, por causa disso, tem perdido muitos amigos,
comece a praticar o bom hábito de dizer a verdade. (...)"
(Paramahansa Yogananda – Onde Existe Luz – Self-Realization Fellowship –
p. 108/110)
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