"Os Upanixades representam uma investigação – uma
profunda investigação - da mente humana sobre os problemas fundamentais da
existência. Seguem o método do discurso e da discussão no qual o Instrutor e o
estudante exploram juntos os temas da investigação. Em nenhum lugar dos
Upanixades o Instrutor fala com um ar definitivo, ele encoraja seus alunos para
que façam tantas perguntas quanto possível, e quando as respostas são
completamente satisfatórias, os estudantes não deixam de fazer mais perguntas
para clarear pontos de investigação. A menos que compreendamos esse íntimo
relacionamento entre Instrutor e o estudante, não entraremos no espírito do
ensinamento upanixádico. Um estado de investigação constitui uma condição
saudável da mente humana. Mas aqui precisamos fazer uma distinção entre
investigação e curiosidade. Não é preciso dizer que a curiosidade surge de uma
mente superficial. A investigação, por outro lado, emerge das profundezas da
consciência humana. Uma investigação profunda se ocupa fundamentalmente com
três questões: Como, Porque e O quê. Toda investigação científica, seja
cobrindo as ciências físicas ou ocultas, relaciona-se com a questão: Como.
(...) A filosofia tem sua investigação voltada para uma direção diferente, pois
está interessada em conhecer por que as coisas ocorrem de uma maneira
particular. Mas o Misticismo ou a experiência religiosa não se satisfaz
meramente com o Como e Porquê, ele quer descobrir O que está por trás de todos
os padrões e motivações do comportamento. No Upanixade Kena, a principal pergunta em discussão é: O que impele e motiva os
modos e padrões particulares da ação?"
(Rohit Mehta - O
chamado dos Upanixades – Ed. Teosófica, Brasília, 2003 - p. 33)
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