"Para
muitas pessoas o medo do desconhecido é a base da crença em Deus ou em deuses.
Até que explicações científicas fossem encontradas, os mistérios cercavam
vários fenômenos da natureza: trovões e relâmpagos pareciam ameaçadores, assim
como a chegada das trevas após o por de sol e os eclipses do sol ou da lua.
Deidades de vários tipos personificavam as forças da natureza ou simbolizavam o
desconhecido no universo; as pessoas acreditavam que esses deuses ou deusas
deviam ser aplacados.
Com
o avanço do conhecimento, muitos aparentes mistérios foram resolvidos. A
ciência começou a se desenvolver no mundo antigo por meio do estudo das leis da
natureza e das conexões entre elas. Nas civilizações indiana, chinesa, egípcia
e caldeia, entre outras, astrologia e astronomia eram uma só ciência e tinham
um papel importante na explicação dos fenômenos naturais, levando racionalidade
a mentes temerosas.
Outros
aspectos da natureza foram também investigados, como, por exemplo, as
propriedades de plantas e minerais. Isso levou a um tal conhecimento da
medicina, e a uma tal literatura sobre o tema, que até agora demonstra ser um
armazém de novas descobertas.
Apesar
de tudo isso, para a maioria das pessoas o desconhecido ainda permanece
assustador; muitas coisas estão além da sondagem e da especulação humanas.
Apenas poucas mentes perceptivas reconhecem que os reinos transcendentais e
misteriosos da existência podem ser explorados subjetivamente quando se
produzem mudanças na consciência. Assim que a percepção sutil e a visão mais
clara são atingidas, a verdade de todas as coisas se revela pela experiência
direta. (...)"
(Radha
Burnier - Onde está Deus? - Revista Sophia, ano 7, nº 26 - Pub. da Ed. Teosófica, Brasília - p. 37)
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