"(...) Existe uma
energia vital que você pode sentir em todo o seu Ser, em cada célula do seu
corpo, independentemente dos seus pensamentos. Nesse estado de consciência, se
você precisar usar a mente para algum fim prático, ela estará presente. E a
mente funciona muito bem quando a inteligência maior que é você se expressa através dela.
Talvez você não tenha
se dado conta, mas aqueles breves períodos em que fica ‘consciente sem pensar’
já estão ocorrendo natural e espontaneamente em sua vida. Você pode estar
fazendo algum trabalho manual, andando pela casa, aguardando o embarque num
aeroporto e estar tão presente que a estática habitual do pensamento se
interrompe e é substituída por um estado de alerta. (...)
Sinta-se à vontade com
o ‘não saber’. Isso leva você para além da mente, pois ela está sempre querendo
tirar conclusões e interpretar. A mente teme não saber. Assim, quando consegue
ficar à vontade com o ‘não saber’, você já foi além da mente. Um conhecimento
mais profundo que não é baseado em qualquer conceito vai emergir desse estado.
Quando há um domínio
completo da criação artística, dos esportes, da dança, do ensino, do
aconselhamento, é sinal de que a mente pensante não está mais envolvida ou, no
mínimo, está em segundo plano. Nessas áreas predominam uma força e uma
inteligência que são maiores do que você e, ao mesmo tempo, fazem parte de
você. Não existe mais um processo de decisão. As ações corretas acontecem
espontaneamente, e não é ‘você’ quem as faz. Ter o domínio completo da vida é o
contrário de condicioná-la. Você entra em sintonia com a consciência maior. É ela quem age, fala e faz o que é
necessário. (...)
A Verdade nos leva
muito além do que a mente é capaz de compreender. Nenhum pensamento pode conter
toda a Verdade. No máximo, pode apontar para a Verdade dizendo, por exemplo:
‘Todas as coisas são intrinsecamente uma só.’ Essa é uma indicação, não uma
explicação. Compreender essas palavras é sentir
profundamente dentro de si mesmo a Verdade para a qual elas apontam."
(Eckhart Tolle – O Poder do Silêncio – Ed. Sextante, Rio de Janeiro,
2010 – p. 21/23)
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