"A Teosofia, que estuda sem cessar os fatos do
Universo, não é outra coisa que a continuação da ciência. Entretanto, a
diferença entre uma e outra é que a Teosofia dispõe de um maior número de fatos
em que se basear, e mostra também como o indivíduo pode descobrir por ele mesmo
a diagonal da vida, que é a verdadeira filosofia da conduta. Os fatos da
Teosofia foram recolhidos exatamente do mesmo modo como o geólogo ou o físico
reúne os seus, isto é, por meio de uma faculdade de observação cuidadosamente
formada, que leva à indução e à dedução, comprovados repetidamente em cada novo
fato observado. A Teosofia possui a tradição de uma antiga Sabedoria
cuidadosamente construída, de acordo com o método já citado, por grandes
Inteligências científicas, denominadas Mestres de Sabedoria; e são justamente
seus conhecimentos científicos os proclamados pela Teosofia Moderna. O ponto
principal, que distingue esta ciência antiga da moderna, é a conclusão,
deduzida dos fatos observados pelos antigos cientistas, de que o processo
evolutivo consiste num duplo desenvolvimento de vida e forma. Cada objeto, além
da forma que aparece ter, está animado de uma vida que mantém a matéria nessa
forma, mas é capaz de ter uma existência independente, uma vez ocorrida a
dissolução da matéria. Esta vida pode apenas aparentar as características da
vida, tal como um pedaço de mineral ou pode mostrar os primeiros germes do que
chamamos vida, como um fungo. Assim como a ciência nos mostra uma magnífica
escada na evolução da forma, a Teosofia nos mostra que existe uma escada semelhante
na evolução da vida e da consciência, que principia no átomo e atinge o Criador
do Universo. Os Mestres de Sabedoria opuseram ao alcance da observação
científica os mundos invisíveis, cujos limites alguns cientistas modernos estão
agora começando a atingir, em várias de suas experiências."
(C. Jinarajadasa - Teosofia Prática - Ed. Teosófica, Brasília, 2012 - p. 62/64)
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