"O fruto, o pote e a joia são 'efeitos'. Não existe efeito sem causa. A semente, a porção de barro e a pepita de ouro são as causas materiais. O agricultor, o oleiro e o ourives são, respectivamente, as causas instrumentais, eficientes ou manipulativas. No que concerne à criação da multiplicidade do Universo, apelamos para Ele, Deus. Quando o cosmos se manifestou através da vontade de Deus, surgiu somente do Absoluto, desde que só havia o Uno. Mesmo agora, só há o Uno, a despeito de toda esta aparente variedade. Sobre o Uno sobrepusemos a ilusão dos muitos. Quando no cinema vemos as cenas, a tela branca não é vista; quando é vista a tela, as cenas estão invisíveis. Sem que haja a tela (Brahman), as cenas inexistem. Elas não têm sentido, não carregam mensagem; não comunicam alegria (Ananda).
Deus, portanto, é não só a causa material como a causa eficiente (instrumental do universo). Ele é simultaneamente o ouro e o ourives; o oleiro e o barro; tanto a semente quanto a árvore. Deus é todos os seres. A Natureza é Seu corpo. O Cosmo, Sua vontade. Os Vedas, Sua respiração. A escola de pensadores conhecida como Samkhya declara que o mundo objetivo nasceu da conglomeração e conjunção de desesperados átomos, mas não explica aquilo que os induziu a se juntarem com seus afins para formar modelos e grupos. Como tal necessidade surgiu? Perguntas tais são negligenciadas. Muitos filósofos, especialmente os ocidentais, ignoram esse problema de identificar a Causa (única) com todos os efeitos que, a cada momento, encontramos em torno de nós. Deus quis, e se tornou tudo isso, em resposta a esse Divino Desígnio, a essa Necessidade Primal. é, o Anthar-Atma (a Realidade Interna) e o Anthar-Yamin (o Interno Motivador). Os Vedas declaram 'Tudo isto é Vasudeva (Deus)', Não há aqui o menor traço de multiplicidade. Há somente o Uno-sem-um-segundo. Realizar e experienciar esta Verdade básica, tornar-se bem-aventurado conhecedor da Divindade que se tem em si mesmo é a Vitória que a bandeira de Prasanthi¹ expressa."
¹ Prasanthi Nilayam (Morada da Grande Paz) - é o nome do principal ashram (morada) de Sai Baba.
(Sathya Sai Baba - Sadhana O Caminho Interior - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1989 - p. 78/79)
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