"Algumas pessoas talvez
protestem, dizendo: ‘Sei que minhas orações são respondidas, porque ouço Deus
falando comigo. A resposta Dele a minhas orações me foi demonstrada.’ A questão
é: tem certeza de que suas orações realmente chegaram a Deus e de que Ele
respondeu a elas conscientemente? Qual é a prova disso? Imagine que você tenha
orado para ser curado e ficou bom. Sabe você se a cura se deveu a causas
naturais, ou aos remédios, ou à orações, suas e dos outros, que atraíram o
auxílio de Deus? Às vezes não há relação causal entre a oração e a cura. Você
poderia ter sido curado mesmo que não orasse. Eis a razão por que deveríamos
descobrir se podemos empregar a lei de causa e efeito cientificamente por meio
da oração. Os sábios da Índia descobriram que Deus responde à lei. Os que
experimentaram essa resposta disseram que ela pode ser posta à prova e
experimentada por todos aqueles que se ajustem à lei.
Se os cientistas se
reunissem e apenas orassem por invenções, será que eles as obteriam? Não. Eles
têm de aplicar as leis de Deus. Assim, como pode um templo ou uma igreja lhe
trazer Deus apenas pela oração cega ou pelo cerimonial?
Deus não pode ser
‘subornado’ por oferendas ou penitências ou cerimônias especiais para mudar Sua
lei arbitrariamente; tampouco reage Ele à oração cega, ou age com parcialidade.
Ele só pode ser movido pela cooperação do homem com a lei e pelo amor: o amor é lei. Se foi o homem quem,
indefinidamente, fechou as janelas da vida aos raios de saúde, poder e sabedoria
de Deus, é o homem quem precisa fazer o esforço para reabrir essas janelas e
deixar que entre a luz curativa do Senhor, que é dada livremente e está
esperando para ser admitida.
Precisamos pensar,
meditar, afirmar, crer e perceber todos os dias que somos filhos de Deus... e
agir de acordo com isso! Pode levar tempo para alcançarmos essa percepção, mas
precisamos começar com o método correto, em vez de fazermos apostas na
mendicância anticientífica das preces e, em consequência, ficarmos sujeitos à
descrença, às dúvidas ou à trapaça da superstição. Só quando o sonolento ego se
percebe não como um corpo, mas como uma alma livre, ou filho de Deus, que
reside no corpo e opera por meio dele, é que pode, de acordo com a lei e com o
que é correto, exigir seus direitos divinos."
(Paramahansa Yogananda – No Santuário da Alma – Self-Realization
Fellowship – p. 31/33)
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