Tudo está no Infinito.
Tudo volta para o Infinito.
Mas o mundo de voltar varia. Os seres infra-humanos voltam para o Infinito, donde vieram, dissolvendo-se nele e deixando de existir como indivíduos finitos; continuam a ser como Realidade Universal, mas dixam de existir como Indivíduos Realizados. O Real do seu ser coincide com o Irreal do seu existir.
Somente o homem, dentre as criaturas da terra, pode perpetuar a sua existência individual, o seu Eu existencial, quando regressa ao grande Todo Universal, donde veio e no qual está. O homem, graças à sua experiência espiritual, pode integrar-se no Infinito, em vez de dissolver o seu Finito no Infinito e deixar de existir como homem.
Tudo, quando morre, deixa de existir e continua a ser - somente o homem, quando morre, pode continuar a existir individualmente; não necessita de se diluir no oceano do Nirvana Universal.
De que depende essa perpetuação da existência individual?
Depende da experiência vital 'Eu e o Pai somos um.' Eu, o Finito, sou uma forma existencial da Essência Universal.
O que é essa experiência vital imortalizante, ninguém o sabe a não ser que a tenha vivido em toda a sua veemência e plenitude.
Saber é Ser. Quem não é aquilo que quer saber não o sabe.
Só sei realmente aquilo que sou.
Quando meu saber coincide com o meu ser, então eu sei realmente, e então o meu saber é uma força criadora irresistível.
Esse dinâmico
ser-saber é um carisma, que não pode ser manufaturado pelo ego consciente, mas é recebido do Infitinto pelo Eu cosmosciente, suposto que o Eu seja idôeno para conceber essa prole divina. Em face do Infinito, a alma humana é essencialmente feminina, que não pode dar, antes de receber, ou conceber, o germe da Vida Divina, se permitir ao Pai Eterno que a fecunde com o poder da sua graça. 'Eis aqui a serva do Senhor - faça-se em mim segundo o teu Verbo' - somente esta atitude de humilde receptividade é que torna a alma idônea para conceber o Verbo - e então o Verbo se faz carne e habita a alma, cheio de graça e de verdade."
(
Huberto Rohden - A Essência do Otimismo - Ed. Martin Claret, São Paulo, 2002 - p. 57/58)
www.martinclaret.com.br
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