OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

A NATUREZA ESSENCIAL DO HOMEM

“As seguintes palavras de Goethe descrevem lindamente o início de um dos caminhos pelo qual a natureza essencial do homem pode ser conhecida: ‘Assim que a pessoa se torna consciente dos objetos ao seu redor, ele considera-os em relação a si mesmo, e com razão, porque todo o seu destino depende de se agradar ou desagradar-lhe, atrair ou repelir, ajudar ou prejudicá-lo. Esta forma bastante natural de olhar ou julgar as coisas parece ser tão fácil e necessária. Uma pessoa é, no entanto, exposta através dela a mil erros que muitas vezes fazem-na envergonhada e amarguram sua vida.’

 ‘Uma tarefa muito mais difícil é realizada por aqueles cujo desejo de conhecimento profundo exorta-os a se esforçar para observar os seres da natureza, em si, e na sua relação com o outro. Estes indivíduos logo sentem a falta da norma que os ajudou quando eles, como homens, consideravam os objetos em referência a si mesmos. Eles não têm a norma do prazer e desprazer, atração e repulsão, utilidade e nocividade. Esta norma deve ser renunciada inteiramente. Eles devem, como seres divinos procurar analisar o que é, e não o que gratifica. Assim, o verdadeiro botânico não deve ser movido tanto pela beleza ou pela utilidade das plantas. Ele deve estudar a sua formação e sua relação com o resto do reino vegetal. Elas são todas atraídas e iluminadas pelo sol, sem distinção, e por isso ele deve, uniformemente e em silêncio, olhar e analisar todas elas e obter a norma para este conhecimento, os dados de suas deduções, não por si mesmo, mas a partir do âmbito das coisas que ele observa.’

Esse pensamento expressado por Goethe dirige a atenção do homem para três coisas. Em primeiro lugar, os objetos sobre os quais a informação flui continuamente para as portas de seus sentidos - os objetos que ele toca, cheira, saboreia, ouve e vê. Em segundo lugar, as impressões que estes fazem sobre ele, caracterizando-se pelo fato de que ele encontra um simpático, o outro abominável, aquele útil, outro prejudicial. Em terceiro lugar, o conhecimento que ele, como um ‘ser divino’ adquire sobre os objetos, isto é, os segredos de suas atividades e existência que lhes são revelados.

Essas três divisões são nitidamente separados na vida humana, e, assim, o homem torna-se consciente de que ele está interligado com o mundo de uma forma tripla. A primeira divisão é aquela que ele encontra presente, que ele aceita como um fato dado. Através do segundo, ele faz o mundo em seu próprio caso, em algo que tem um significado para ele. O terceiro que ele considera como uma meta para a qual ele deve aspirar incessantemente. (...)

Através de seu corpo, o homem é capaz de colocar-se momentaneamente em conexão com as coisas, através de sua alma ele retém em si mesmo as impressões que elas produzem nele, através de seu espírito se revela as coisas que ele retém para si. Só quando observamos homem nestes três aspectos podemos esperar lançar uma luz sobre todo o seu ser, porque eles mostram sua relação de maneira tríplice com o resto do mundo. (...)

Desta forma, o homem é um cidadão de três mundos. Através de seu corpo ele pertence ao mundo que percebe através de seu corpo, através de sua alma ele constrói para si mesmo seu próprio mundo, através de seu espírito um mundo se lhe revela que é exaltado acima de ambos os outros.

Parece evidente que, por causa da diferença essencial destes três mundos, uma compreensão clara deles e da participação do homem em si só pode ser obtida por meio de três modos diferentes de observação.”

(Rudolf Steiner - Teosofia - Biblioteca Virtual da Antroposofia - p. 04/05)


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