"Se nos fosse possível
colocar-nos, em pensamento, num centro do espaço, do qual pudéssemos ver o
curso da evolução, e estudar a história da nossa cadeia de mundos, tal como
podem ser vistos pela imaginação mais do que pelo aspecto que apresentam,
poderíamos interpretar o todo num quadro. Vejo uma grande montanha situada no
espaço, com um caminho que vai girando em torno dela até atingir seu ápice. As
voltas que esse caminho dá até atingir seu ápice. As voltas que esse caminho dá
são sete, e em cada volta há sete estações onde os peregrinos ficam durante
algum tempo. Dentro dessas estações eles têm de subir, volta por volta. Quando
traçamos o caminho que sobe por aquela trilha em espiral, vemos que ele termina
no topo da montanha, e leva a um majestoso Templo, como que feito de mármore,
de uma brancura radiante, e que ali se ergue, cintilando contra o azul etéreo.
Esse Templo é a meta da
peregrinação, e os que estão no seu interior terminaram o seu percurso – no que
se refere à montanha – e ali permanecem apenas para auxiliar os que ainda estão
subindo. Se observarmos o Templo mais atentamente, constataremos, ao tentar ver
a sua construção, que ele tem, ao centro, um Santo dos santos. Em torno desse
centro estão os quatro Pátios, circundando o Santo dos Santos como círculos
concêntricos. Todos estão dentro do Templo.(...)
Olhando para o Templo e para
os Pátios, e para o caminho que sobe em espiral pela montanha, vemos esse
quadro da evolução humana e a trilha ao longo da qual a raça está caminhando,
bem como o Templo, que é a sua meta. Ao longo daquele caminho que dá voltas à
montanha, vasta massa de seres humanos vai de fato subindo, mas subindo
vagarosamente, passo por passo. Às vezes, tem-se a impressão de que cada passo
para a frente corresponde a um passo para trás, e embora a tendência de toda
aquela massa seja para subir, a ascensão é tão lenta que os passos mal se fazem
perceptíveis. Esta evolução eônia da raça, subindo sempre, parece tão lenta,
extenuante e dolorosa que nos perguntamos como podem os peregrinos ter ânimo
para subir durante tanto tempo. Dando voltas à montanha, milhões de anos o
peregrino segue. Enquanto ele caminha por ali durante esses milhões de anos,
uma infindável sucessão de vidas parece passar,
todas despendidas na subida. Cansamo-nos só de observar as imensas multidões
subindo tão lentamente, caminhando, volta por volta, na escalada daquela
estrada em espiral. Observando-as, indagamo-nos: ‘Por que sobem com tanto
vagar? Por que esses milhões de homens empreendem uma viagem tão longa? Por que
se esforçam por alcançar aquele Templo situado lá no ápice?’ (...)
Olhando assim para eles, nosso coração
sente-se fatigado com aquela subida, e ficamos a pensar por que não erguem os
olhos e entendem em que direção seu caminho os está levando."
(Annie Besant - Do Recinto Interno ao Santuário
Externo - p. 01/02)
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