“Quando chegamos ao ponto de estarmos
cansados da vida, com todos os seus problemas, sofrimentos, frustrações e
desilusões que parecem não ter fim, começamos a procurar uma saída; aí entram
as religiões, filosofias de vida e caminhos espirituais. Então para nossa
surpresa, descobrimos que a felicidade tem um preço e que temos que pagar com
nosso próprio esforço a saída dessa condição infernal dos estados psicológicos
caóticos, o que demanda uma série interminável de meditações, observações,
mantras, disciplinas, reflexões, uma verdadeira ginástica.
É claro que isso não tem lógica;
portanto, só há duas alternativas: ou as disciplinas espirituais estão erradas
ou nós as estamos entendendo de forma equivocada. Tendo em vista que muitas
pessoas atingiram a felicidade através de práticas espirituais, a segunda
alternativa pode ser a correta, ou seja, nós não compreendemos a natureza do
esforço necessário na jornada de autorrealização.
Temos a tendência de entender as coisas
de acordo com os nossos condicionamentos. Cada pessoa reage à sua maneira à
mera pronúncia de uma determinada palavra. Por exemplo, ao ouvir a palavra
‘esforço’, algumas pessoas podem sentir vontade de sentar no sofá; outras
imediatamente tensionam os músculos, como se estivessem indo para a guerra;
outras podem sentir uma espécie de culpa. As possibilidades de reação são tão
amplas quanto o número de habitantes na Terra.
Quando ouvimos um ensinamento, a
primeira coisa que deveríamos fazer é tentar compreender o que ele significa,
independentemente das reações psicológicas que ele desperta – isto é, ouvir
objetivamente. (...)”
(Cristiane Szynwelski - O Caminho do
Equilíbrio Perfeito - Revista Sophia, Ano 3, nº 10, p. 30/32)
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