"(...) Há muito tempo, uma investigação foi realizada para descobrir a causa de uma derrota em batalha. A investigação revelou que a batalha foi perdida porque os soldados ficaram desencorajados quando o cavalo escorregou, matando o general do exército. Mas por que o cavalo escorregou? Porque a ferradura se soltou em função de o ferreiro não a ter fixado adequadamente. Assim, diz o ditado que 'a batalha foi perdida por falta de um cravo'. Daí a importância do desempenho cuidadoso do próprio dever na vida.
A vida é também uma escola. Existem algumas experiências, como a maternidade ou a pobreza, que cada ego tem que experienciar numa vida ou outra. Talvez a maior coisa que possamos aprender na escola da vida seja a importância de dar em vez de receber, sem esperar nada em troca. A arte de cuidar, um sorriso, uma palavra amiga, um gesto carinhoso podem realizar milagres.
Aprender é um processo que não tem fim. Na escola da vida temos todos os tipos de estudantes. Alguns fracassam e desistem; outros fracassam mas continuam tentando. Um pode completar o curso que lhe foi designado em 700 nascimentos, outro em setenta anos ou em sete meses, outro em sete minutos ou sete segundos. Mas, para a maioria de nós, o processo de aprender na escola da via é muito lento. Nós vivemos sob a impressão errônea de que uma vida não é suficiente para completar esse curso, e continuamos prolongando nosso processo de autolibertação. Se não agora, então quando?
Se a média de vida de uma pessoa é de 70 anos, ela passa quase 68 anos fazendo coisas como jogar, estudar, dormir, comer, tomar banho, fazer compras, trabalhar, divertir-se, etc. Mal sobram dois anos para o progresso moral e espiritual. Mas ela passa até mesmo esse período ocupada com coisas triviais. O homem não nasce apenas para comer, beber, crescer e morrer, mas também para se elevar espiritualmente e clarear seu futuro. 'Agora ou nunca' deve ser o lema.
A vida é comparada a uma peregrinação, e o homem é chamado de peregrino eterno, acumulando experiências em cada existência. Logo que percebemos o propósito da vida - evolução e emancipação da alma - começamos a tomar essa evolução em nossas próprias mãos. Não estamos sós nessa peregrinação. Temos de chegar ao destino na companhia de outras almas peregrinas, não nos isolando. A interdependência é um aspecto importante do progresso espiritual. Ninguém pode nos tirar do atoleiro, mas o autoesforço, juntamente com a orientação dos guias espirituais, definitivamente ajudarão."
(D. B. Sabnis - Revista Sophia nº 45 - Pub. da Ed. Teosófica, Brasília - p. 25)
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