"A verdadeira forma de
ocultismo não é algo exótico, revestido de fantasias, como muitas pessoas
imaginam que seja. Desde os tempos mais remotos tem sido uma ciência que se
ocupa com os fatos ou com a verdade. A imaginação é uma coisa, e os fatos são
algo diferente. Mas esta ciência especifica também se ocupa com a vida e a
consciência, e é somente quando a vida da pessoa está baseada na verdade que
ela adquire o aspecto de sabedoria. A sabedoria não pode ser separada da vida;
quando ela encontra o seu caminho na vida, esta começa a mostrar uma nova
qualidade, um novo brilho e beleza diferentes daquilo que comumente se obtém.
A verdade não admite
compromissos, embora o comportamento de uma pessoa possa fazê-lo. Convenções e
oportunidades também variam de acordo com as circunstâncias. Poderemos estar
unidos dentro de um espaço limitado. Eu, então, me acomodo as suas necessidades
ou maneiras, e você faz o mesmo com relação a mim. Isto está certo e é
necessário. Tal compromisso tem o seu lugar na vida; porém não podemos tomar
liberdades com o nosso entendimento ou qualificar uma verdade sem torná-la
inverídica. Não se pode misturar a lógica com ideias que são ilógicas apenas
para satisfazermos a nós próprios.
A palavra ‘verdade’ possui
um significado tão extraordinário que poderíamos nem mesmo adivinhar a sua
natureza. A fim de descobrir aquele significado, será necessário aplicar os
mais rigorosos padrões à própria vida e à forma de pensar. Sem este
procedimento será impossível atingir esta verdade na forma que precisa ser
entendida em nós próprios, na forma em que se diferencia dos fatos externos às
pessoas, que podem ser observados por qualquer um. Existem as coisas concretas
ao nosso redor que podemos observar com as faculdades que normalmente usamos.
Podemos compreender a sua natureza e propriedades ao menos superficialmente,
mas a verdade significa muito mais do que tal compreensão e não deverá ser
confundida com qualquer visão que se possa projetar, baseada em ideias
preconcebidas ou em preleções pessoais. É fácil sucumbir aos grilhões de
qualquer ilusão prazerosa, imaginando-a verdadeira."
(N. Sri Ram – Em Busca da Sabedoria – Ed. Teosófica, Brasília, 1991 – p.
22/23)
Nenhum comentário:
Postar um comentário