"O renascimento está em toda a
natureza numa evolução cíclica. Ciclos menores estão contidos em ciclos maiores
e tudo está num contínuo vir a ser. Em polos opostos, a divindade manifestou-se
e, nessa polaridade, há a construção, a destruição e a reconstrução, períodos
de atividades, de repousos, e de novas atividades. (...)
O homem não foge à regra e está
inserido nesse mecanismo cósmico de nascer, renascer e evoluir sempre.
Que sentido teria vida e onde estaria
a chamada Justiça Divina, caso tivéssemos apenas uma existência terrena? Por
que nasce um com saúde e outro com doença? Um nasce em berço esplêndido,
enquanto outro sofre agruras sub-humanas da miséria; um está num meio ambiente
que lhe proporciona condições de educação, saúde, conforto, ao passo que outro
está inserido num contexto totalmente oposto?
Se raciocinássemos nestes termos, seríamos
obrigados a admitir uma divindade injusta, irresponsável e incoerente. Não
haveria nada de Divino e a natureza seria como um jogo de forças cegas ao sabor
do acaso. Entretanto, considerando a divindade perfeita, justa e coerente, e
suas manifestações e leis universais também condizentes com ela, seremos
levados a admitir a existência de uma razão aceitável pelo nosso intelecto, que
responda ao porquê das desigualdades. Isto não é explicável admitindo-se apenas
uma existência. Partindo desse ponto de vista, somos forçados a pensar que,
como seres eternos temos a vida manifestando-se em múltiplas existências, em
corpos e situações diferentes, sob a ação de uma lei, a lei do Karma. Esta regula as condições de cada
encarnação, correspondentes às circunstâncias criadas por nós mesmos, em
vivências pretéritas."
(Antonio Geraldo Buck - Manual Básico
de Teosofia - Publicações Maitreya, Porto - p.181/183)
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