"Este e o método seguinte são puramente científicos, envolvendo um curso prático de treinamento, e são prescritos pelos grandes sábios que experimentaram pessoalmente a verdade em sua própria vida. Eu mesmo aprendi com um desses sábios.
Nada existe de misterioso ou potencialmente nocivo nesses métodos: tão logo a pessoa se familiarize com eles de maneira apropriada, são de fácil aplicação. Descobrir-se-á que são universalmente aplicáveis. A melhor prova de sua eficácia e utilidade reside no conhecimento experimentado na prática. Praticando regularmente os métodos de meditação até que se tornem um hábito, podemos produzir para nós próprios o estado de 'sono consciente'. Geralmente experimentamos esse estado de tranquilidade e agradável serenidade justamente quando caímos em sono profundo e nos aproximamos do estado de inconsciência, ou quando dele saímos e nos acercamos da consciência.
No estado de sono consciente tornamo-nos livres de todos os pensamento e das sensações externas do corpo, e o Eu tem a oportunidade de pensar em si mesmo. Chega-se a esse estado de bem-aventurança de vez em quando, de acordo com a profundidade e da frequência da prática da meditação. Nesse estado, esquecemos e nos libertamos, temporariamente, de todas as perturbações da mente e do corpo que costumam distrair a atenção do Eu. Por esse processo de meditação, os órgãos externos ou sensoriais são controlados quando se acalmam os nervos voluntários, como acontece no sono.
Esse estado de meditação é apenas a primeira e não a última etapa da verdadeira meditação. No sono consciente aprendemos a controlar apenas os órgãos externos ou sensoriais, sendo a única diferença que, no sono comum, os órgãos sensoriais são automaticamente controlados, enquanto que na meditação os órgãos sensoriais são controlados voluntariamente. No entanto, nesse primeiro estágio de meditação o Eu espiritual ainda está sujeito a ser perturbado pelos órgãos internos ou involuntários, tais como os pulmões, o coração e outras partes do corpo que erradamente supomos estarem fora de nosso controle.
Precisamos então procurar um método melhor do que a meditação. Pois enquanto não for capaz de voluntariamente desconectar-se de todas as sensações do corpo - até mesmo as sensações internas, que acarretam o brotar dos pensamentos - mas continuar vulnerável a essas perturbações, o Eu espiritual não poderá ter qualquer esperança de controle nem de tempo ou oportunidade para conhecer a si mesmo."
(Paramahansa Yogananda - A Ciência da Religião - Self-Realization Fellowship - p. 66/68)
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