"(...) é natural que o homem se desenvolva por meio do pensamento e do raciocínio, pelo estudo profundo de livros, pelo engenhoso trabalho de pesquisa e pelas laboriosas investigações das causas e dos efeitos no mundo natural. Quanto mais profundamente o homem se ocupa de processos de pensamento, pode-se dizer que mais ele utiliza o 'método' pelo qual ele se tornou o que é no curso da evolução do mundo (quer dizer, o método pelo qual a consciência se desenvolveu até tornar-se Autoconsciência) e mais ele se aproxima, consciente ou inconscientemente, do Eu - pois pelo pensamento nós nos colocamos acima do corpo.
Seguindo-se deliberadamente esse método, obter-se-ão resultados seguros. O exercício do pensamento por meio do estudo, com o objetivo de adquirir conhecimento em determinado campo, até certo ponto aprimora a Autoconsciência, mas não é tão eficaz nesse sentido quanto o processo intelectivo que tem como único objetivo transcender o corpo e perceber a verdade.
Na Índia, o método do intelecto em sua forma mais elevada é chamado Jnana Yoga: o alcance da verdadeira sabedoria por meio da reminiscência e do discernimento, como por exemplo recordar-se constantemente: 'Eu não sou o corpo. Meu verdadeiro Eu não pode ser afetado pelo espetáculo passageiro da criação. Eu sou Espírito.'
Um dos defeitos deste método intelectual é ser um processo muito vagaroso. Pode demorar muito tempo para que o Eu espiritual possa, dessa maneira, perceber a si mesmo. Enquanto o Eu espiritual começa a perceber a Autoconsciência por esse método, está ainda comprometido com uma série de pensamentos passageiros com os quais não tem qualquer relação.
A tranquilidade do Espírito é algo que está para além do pensamento e da sensação corporal; todavia, uma vez alcançada, ela transborda e os inunda."
(Paramahansa Yogananda - A Ciência da Religião - Self-Realization Fellowship - p. 62/64)
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