"Estar perceptivo não é a mesma coisa
que estar alerta. O estado de alerta é um elevado estado de atenção, geralmente
associado a algum grau de estresse, que surge do medo e da excitação. Mas a
percepção não envolve estresse, e não é dirigida pelo medo ou pela excitação. A
mente está plenamente desperta no presente, relaxada e equilibrada.
Estar perceptivo não requer manter a
atenção sobre uma coisa, ou não haver pensamento. Mesmo quando a atenção se
move de uma coisa para outra, ainda podemos permanecer perceptivos, porque a
percepção flui com a experiência consciente. Ela age como a luz e ilumina a
experiência, de modo que é clara na consciência.
A percepção mostra o que estamos
pensando, sentindo, pretendendo ou fazendo. É algo que pode ser mantido o tempo
todo e que podemos nos esforçar por desenvolver, mesmo quando executamos nossas
atividades diárias. Aliás, o que quer que façamos será feita de forma mais
perfeita quando estivermos plenamente presentes. A percepção permite ver
claramente o nosso mundo interior, as criações de nossa mente; e gradualmente a
porta da compreensão e da liberdade se abre para nós.
Porém, para experimentar a mente
brilhante ou para ter o poder de direcionar as criações da mente, também é
essencial desenvolver a concentração – a habilidade de direcionar e manter
nossa atenção sobre algo por um período de tempo desejado. Se pensamos na
percepção como sendo luz, podemos pensar na concentração como um laser, ou uma luz focalizada. A força da
concentração é determinada pelo modo como conseguimos focalizar plenamente, e
por quanto tempo conseguimos manter esse foco.
A concentração nos fornece a
habilidade de ir além dos conceitos e pensamentos, de modo a compreender a
mente brilhante. Ela também permite direcionar as criações mentais. Diz-se que
os verdadeiros mestres podem pensar o que quiserem, quando quiserem, e não
pensar, quando não precisam fazê-lo."
(John Cianciose - A Mente Brilhante - Revista Sophia, Ano 3, nº 10 - Pub. da Ed. Teosófica - p. 19)
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