CORPO FÍSICO: VESTIMENTA TEMPORÁRIA DO HOMEM (4ª PARTE)

"(...) Como o objetivo último de todo homem - seu propósito verdadeiro, saiba-o ou não - é realizar Deus dentro de si mesmo, como deveria viver para alcançar isto? Baba não ensina que a única maneira de alcançar a meta espiritual seja sair e viver em cavernas, em eremitérios na floresta ou em mosteiros fechados. É correto para a maioria de nós levar a vida normal do mundo, mas sem nos tornarmos escravos de suas seduções. Um barco, ele diz, foi feito para dentro da água, mas a água não deve entrar nele. Da mesma forma, nós devemos estar no mundo, mas o mundo não deve se apoderar de nós. (...)

Devemos compreender que o grande drama vivido neste mundo do qual somos parte e temos um papel  a desempenhar se trata apenas de um show temporário. Não devemos nos identificar com esse drama, nem nos apegarmos às suas vestes e 'propriedades', que serão deixadas para trás. Em outras palavras, devemos aprender a distinguir entre o permanente e o transitório, entre a substância e a sombra.

A sombra é a grande ilusão de que somos nossos corpos e que o mundo físico ao redor é a única e última realidade. A maneira de se corrigir esse erro é manter nossos pensamentos e aspirações em Deus, nossas faces voltadas para a luz divina. Baba transmite a seguinte analogia: 'Ande na direção da luz e a sobra ficará para trás, mas se o fizer em direção contrária, terá que seguir sua própria sombra. A cada momento dê um passo em direção do Senhor e então a grande ilusão, a sombra, cairá para trás e não o enganará absolutamente.'

Na verdade, tudo o que procuramos é a felicidade, mas, através da sombra ilusória de nossa ignorância, nós a buscamos em lugares errados. 'Uma vez que você se volte para o caminho da felicidade mundana', diz Baba, 'será levado, cada vez mais, para maior descontentamento, competição, orgulho e ciúme. Pare por um momento e examine sua própria existência. Você é mais feliz ao ficar mais rico? Encontrou mais paz quando seus desejos foram saciados? Você mesmo poderá testemunhar a verdade de que um padrão de vida mais elevado não é garantia de felicidade.' (...)"

(Howard Murphet - Sai Baba O homem dos milagres - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 2006 - p. 334/335)
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