“O corpo é o instrumento da ação e da experiência. Através dos
acontecimentos da vida que nos atingem com tanta rapidez, formamos hábitos
mentais, conceitos e ideias e, mais ou menos baseados nisto, agimos. O corpo é
um instrumento valioso para o progresso de nossa alma, mas não é realmente nós,
é nosso para nosso uso. Pelos seus nervos sensoriais ganhamos impressões que
modelamos em conceitos. Pelos seus nervos motores atuamos em nosso ambiente.
O que é então a alma que usa este corpo, por ‘osmose’ se assim podemos
dizer, pois pensamento e sentimento têm origem no interior, nos mundos mais
sutis do ser onde eles são forças vivas, vibrantes e criativas da Natureza,
imediatamente provocando vibrações sincrônicas (embora de voltagem mais baixa)
nas células do cérebro e dos nervos do corpo, transferindo assim essas forças
para a consciência física.
E o que é Espírito? Algumas pessoas confundem os dois termos, Alma e
Espírito, e julgam que eles são permutáveis, mas no original grego são palavras
bem diferentes. Espírito é a palavra grega ‘pneuma’, que praticamente tem o mesmo
significado que a latina ‘spiritus’, que quer dizer alento vital. A Vida Eterna
insuflou no homem psíquico e físico o Alento de Vida e ele se tornou uma alma
viva e imortal. Esse terceiro fator em nós é a parte eterna, imortal, que dura
para sempre. ‘Não será eliminado quando o corpo for destruído’.
O espírito em nós é a Palavra de Deus feita em carne, aquela que a
Inteligência Criadora pronunciou para expressar Seu Pensamento e enquanto o
‘céu’ e a ‘terra’ de nosso interior e exterior, psíquico e físico, passam e são
repetidamente recriadas, a Palavra em nós nunca passará, nunca deixará de
existir.
Este é nosso ‘Eu Superior’, se, como é natural, pensarmos nele como
acima de nós. O pensar, o sentir e o agir do nosso eu, com seus planos de ser e
expressão, não são senão instrumentos do Eu Superior, que acumula experiência e
progresso por meio deles. Esse plano mais elevado do ser está onde todos somos
‘Filhos de Deus’ porque não há filho do homem, por abandonado e degradado que
esteja, que não tenha, mergulhado em seu interior, esta fagulha de Beleza e
Eternidade. É uma herança que ele não pode ignorar.”
(Clara M. Codd - A Técnica da Vida Espiritual - Biblioteca Upasika - p. 05/06)
www.upasika.com
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