"O universo e todas as coisas nele,
morais, mentais, físicas, psíquicas ou espirituais, são construídas com base
numa lei perfeita de equilíbrio e harmonia. (...) O espírito (Buddhi) é a
energia espiritual centrífuga, e a alma (Manas) a centrípeta; e para produzir
um resultado elas têm de estar em perfeita união e harmonia. Interrompa ou
danifique o movimento centrípeto da alma terrena que tende para o centro que a
atrai; impeça o seu progresso entravando-a com um peso de matéria maior do que
ela pode suportar, ou do que é adequado ao estado ‘devachânico’, e a harmonia
do todo será destruída. A vida pessoal, ou talvez melhor, seu reflexo ideal, só
pode continuar mantida pela força dupla, ou seja, pela união íntima entre
Buddhi e Manas em cada renascimento. O mínimo desvio da harmonia a danifica; e
quando é destruída além de qualquer recuperação, as duas forças se separam no
momento da morte. (...) Se, durante a vida, o último e desesperado esforço do
EU INTERNO (Manas) para unir alguma coisa da personalidade a si mesmo e ao raio
resplandecente e superior do divino Buddhi é frustrado, se é permitido que esse
raio seja cada vez mais impedido de penetrar na crosta sempre mais espessa do
cérebro físico, então o Ego espiritual ou Manas, uma vez livre do corpo,
permanece completamente separado dos remanescentes etéreos da personalidade; e
esta, ou kama-rupa, seguindo suas tendências terrenas, é atraída para o Hades –
que chamamos de kama-loka – e permanece nele. Essas são as ‘varas secas’,
mencionadas por Jesus, quando tiradas da Videira. O aniquilamento, no entanto,
nunca é instantâneo, e às vezes pode necessitar séculos para que se complete.
Mas lá a personalidade permanece juntamente com os resíduos de outros Egos pessoais
mais afortunados, e se torna, como eles, a casca e um elemental."
(H. P. Blavatsky - A
Chave para a Teosofia - Ed. Teosófica, Brasília, 2004 - p. 167/168)
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