"Há um momento na marcha evolutiva do
homem em que ele começa a intuir, a princípio vagamente e depois cada vez mais claro,
sua verdadeira natureza e nessa ocasião entrevê a realidade que está por detrás
da aparência dos fenômenos. Repara que evolui, que há dentro dele um mundo
desconhecido, mais real que físico, o qual pressiona para vir à luz. Principia,
acima de tudo, a sentir uma necessidade imperiosa de se aperfeiçoar, de tomar
conta de si próprio, de iniciar sua autoformação, uma vez que já não lhe bastam
teorias e conhecimentos intelectuais; é-lhe indispensável passar a realizações
práticas e a algo de concreto.
Se
antes houvera um período de buscas, de exame intelectual, de aquisição mental
da verdade, ou de escolha entre várias teorias, agora, ao contrário, há uma
adesão íntima aos conhecimentos reunidos, uma aspiração de os tornar parte real
da vida da personalidade e uma necessidade de transformação de si próprio
visando a tornar-se um canal de energias espirituais.
Em
outras palavras, o homem declara-se, conscientemente, a favor das forças
evolutivas e com elas colabora.
Inicia-se,
então, para o homem, o período evolutivo chamado ‘caminho do aspirante
espiritual’, porquanto sua nota fundamental é a aspiração (...).
O
efeito de tal aspiração é o homem sentir nascer no seu íntimo o propósito de
cuidar de si próprio, de purificar-se, de autoformar-se. A autoformação é, com
efeito, o sinal de reconhecimento da aspiração espiritual.
(...) O
trabalho de autoformação não é fácil nem simples. É uma verdadeira técnica, que
exige constância e firmeza de propósito, mas é o mais belo e luminoso trabalho
que o homem pode empreender, pois é aquele para o qual foi criado o que faz
dele um participante do Plano Divino."
(Angela Maria La Sala Batà - O Caminho
do Aspirante Espiritual - Ed.Pensamento, São Paulo - p. 9/10)
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