"A insuficiência do conhecimento é
uma coisa que a cultura de hoje mascara. Ela nos vende a ideia de que o
conhecimento é autossuficiente. Isto é um mito, é uma mentira. Uma vez o Sr.
Krishnamurti fez a seguinte afirmação em uma de suas palestras ‘Todo o conhecimento ainda está no campo da
ignorância’. Provavelmente porque ainda não é autoconhecimento.
Autoconhecimento é o conhecimento da essência, do solo do ser.
A
impureza mental gera escuridão psicológica. A impureza mental é tudo aquilo que
é gerado pela mente no que diz respeito a nós mesmos, às nossas preferências,
aos nossos hábitos, aos nossos condicionamentos. Se deixarmos nossa mente vagar
apenas nessa dimensão pessoal não há muita possibilidade de uma experiência
mais profunda. É por isso que as tradições dizem: reservem um espaço no dia
para ficarem quietos consigo mesmos, em silêncio.
Se
vocês quiserem orar, orem; se quiserem meditar, meditem; se quiserem não
pensar, não pensem, mas isto é importante porque é o momento em que podemos
começar a abrir um canal de comunicação entre a personalidade externa e a alma.
Os gregos estavam certos quando eles diziam ‘soma
sema’ (o corpo é o cárcere da alma). É claro que isto interpretado de uma
forma mecanicista leva a uma demonização do corpo. Não se trata disso.
O
corpo é instrumento da consciência, mas precisamos manter nossa mente vigilante
e este processo de purificação deve continuar dia após dia. Este processo de
purificação não tem nada a ver com moralismos, não tem nada a ver com adotar um
código externo de conduta e ficar se policiando para cumprir tal código. O
processo de purificação é um processo constante, onde se identifica os
elementos de egocentrismo que surgem na nossa mente, em nossa consciência."
(Pedro R. M. Oliveira - Religião como
Experiência - Revista Theosophia - julho/agosto/setembro 2007 - Pub. Sociedade Teosófica do Brasil)
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