(...) Sendo
como é origem e base de todas as religiões, a Teosofia não se opõe
a nenhuma delas. Ao contrário, purifica-as, revelando a alta
significação interior de inúmeras doutrinas, tornadas errôneas em
sua forma exterior, pervertidas pela ignorância e superstição. Em
cada uma destas formas a Teosofia se mostra e se afirma e procura em
cada uma delas revelar sua sabedoria oculta. Para nos tornarmos um
teósofo não há necessidade de deixarmos de ser cristão, ou
budista ou hinduísta. Basta que o homem penetre mais profundamente
no coração de sua própria fé, abraçando mais firmemente as suas
verdades espirituais e analisando com um espírito mais amplo os seus
ensinamentos sagrados. Depois de ter outrora dado nascimento às
religiões, a Teosofia vem hoje justificá-las e defendê-las. É o
bloco no qual todas foram talhadas, é como a escavação profunda da
pedreira donde todas foram extraídas. Diante do tribunal da crítica
moderna, ela vem justificar as mais profundas aspirações e as mais
nobres emoções do coração humano. Confirma as esperanças que
depositamos no homem e nos restitui, mais enobrecida, nossa fé em
Deus.
A
verdade desta asserção torna-se cada vez mais evidente, à medida
que estudamos as diversas Escrituras sagradas do mundo e o que
analisemos dentre a riqueza do material disponível basta para
verificar o fato e guiar o estudante na investigação de novas
provas.
As
verdades espirituais fundamentais da religião podem resumir-se no
seguinte:
I. Uma existência
real, eterna, infinita, incognoscível;
II.
Do Todo, procede o Deus manifestado, desdobrando-se de unidade em
dualidade, de dualidade em trindade;
III.
Da Trindade manifestada procedem inumeráveis Inteligências
espirituais, guias da atividade cósmica;
IV.
O homem, reflexo do Deus manifestado, se compõe, por isto, de uma
trindade fundamental, sendo eterno o seu Ser interior e real, e forma
uma unidade com o Ser do universo.
V.
Ele evolui por encarnações repetidas para as quais é atraído pelo
desejo; e das quais se liberta pelo conhecimento e sacrifício,
tornando-se divino em realidade, como sempre o fora em
potencialidade.
(Annie Besant - A
Sabedoria Antiga – Ed. Teosófica, Brasília – p. 11/14)
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