"(...) O pequeno eu de nossa mente, emoções e corpo comuns
aprende a obedecer à vontade do Eu Divino interior e terá muito que sofrer até
que fique habituado e em paz. Esta batalha é o primeiro passo, e, como diz o provérbio
francês: 'o primeiro passo é o que conta'. Um dos aspectos de uma vontade fraca é o hábito da
indecisão. Ninguém com esta peculiaridade pode ser feliz por muito tempo. Só há
um meio de curá-la. Tome uma decisão, mesmo que seja errada (você saberá pelos
resultados), permaneça nela ainda que sua mente e emoções resmunguem,
apresentem razões contra e o torturem. Eu conheço sua tortura, pois tenho essa
peculiaridade. Tão logo seja tomada uma decisão o eu inferior começa a pensar
que a outra era a certa! Não dê ouvidos.
Além disso, a pessoa indecisa está sempre procurando
conselho que, na maior parte das vezes, não segue. Uma grande coisa o candidato
a ocultista deve aprender, que é tomar suas próprias decisões, especialmente
encontrar e seguir sua própria Divindade. Ninguém sabe isto melhor que nós. Não
devermos nunca permitir que os outros nos influenciem, por plausíveis que possam
ser seus argumentos. Sim, isto importará em dor e sofrimento. Mas um atleta
recusa o desconforto do treinamento para uma grande corrida? Um homem
ambicioso atinge um sucesso notável sem desistir voluntariamente de seu
conforto, de seu bem-estar, mesmo o bem-estar necessário e passar longos anos
em incessante esforço? Porque seria diferente como maior empreendimento do
universo?
Há algo que devemos lembrar sempre: nosso 'eu inferior', o
instrumento do Eu real, consiste do corpo mental ou mente, do corpo emocional
de sentimentos, desejos e paixões, e do corpo físico que, muito freqüentemente,
é vítima e não causador dos caminhos errados do pensamento e da vida, pois não
é geralmente o corpo o real tentador do homem, mas as imagens pensamento
evocadas pelas paixões; estes três corpos, são, todos eles, criaturas de
hábitos. Se perseverarmos, eles se tornarão tão adaptados aos bons hábitos,
como são agora acostumados aos maus hábitos. Assim, como diz o 'Bhagavad-Gita', aquilo 'que no princípio é como veneno, mas que acaba como néctar', vem ao homem
que pode perseverar com bravura.
Não devemos forçar a personalidade usando a personalidade;
é pelo pensamento do Imortal Governante Interior, pelo crescente vislumbre e
amor do Belo, do Amável, do Verdadeiro, que podemos nos tornar cada vez mais o
canal dessa Beleza. Duas coisas cumpre-nos adquirir e reter desde o princípio:
escolha correta e força para nunca ficar desencorajado."
(Clara M. Codd - A Técnica da Vida Espiritual - Bibioteca Upasika - p. 10/11)
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