"A vontade é o fator de
suprema importância em todo trabalho oculto de crescimento espiritual. O poder
criador mágico de 'Kriyashakti' é a força de 'concentração do pensamento e da
vontade'. Força de vontade não somente significa a habilidade de escolher, mas
também a de permanecer no caminho escolhido, de perseverar.
Este poder é freqüentemente
um dos pontos mais fracos na constituição do homem moderno. Toda a tendência de
nossa vida moderna suave e confortável é o solapamento da vontade e da
capacidade de resistência. A inteligência para ver o melhor caminho e a vontade
firme de continuar trilhando-o são necessidades absolutas para o sucesso em qualquer
empreendimento, material ou espiritual.
A posse do poder da vontade
não é um dom do alto. Se alguém o possui é por tê-lo desenvolvido por si mesmo,
em vidas passadas. A grande maioria dos homens é mais ou menos deficiente neste
particular. Mas ele pode ser desenvolvido.
Só há um modo de fazer isto
- pela aquisição da faculdade, da aptidão, de dizer 'não' a nós mesmos, de
enfrentar o desapontamento, a perda, o fracasso sem que isto abale nossas
intenções finais. Se você que lê estas palavras é jovem, comece cedo. Vontade é
uma forma superior de desejo. É um desejo elevado, um desejo impessoal,
considerado correto, necessário, altruístico, oposto à autossatisfação, ao
prazer momentâneo, à autoindulgência inferior. O homem autoindulgente nunca
pode vir a ser o santo, o iluminado, aquele que irradia Deus.
A força de vontade é desenvolvida pelo 'passar sem alguma
coisa', dizendo 'não' ao pequeno eu em todas as ocasiões possíveis, até que ele
cesse de pedir, reclamar, discutir, e obedeça aos ditames do Eu Superior, sem mais
questionamentos. Alguns de meus leitores encontrarão em esplêndido artigo do
Dr. Cronin no Reader's Digest, de fevereiro de 1956, intitulado 'A menos que
você negue a si mesmo'. Dr. Cronin fala sobre um famoso médico, Nikola Tesla,
que começou, quando menino, a aprender e a praticar o seguinte: 'Se eu tinha
alguma coisa de que eu particularmente gostasse, um doce, bolo ou chocolate, renunciava
a ele, embora sofresse, assim fazendo. Se houvesse uma tarefa ou exercício que me
desagradasse, eu o fazia, não importando a tendência contrária. Com o passar
dos anos cessou o conflito. Meu desejo e minha vontade unificaram-se'. (...)"
(Clara M. Codd - A Técnica da Vida Espiritual - Biblioteca Upasika - p. 10)
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