"(...) Você pode ligar ou desligar seu computador, mas não pode desligar sua mente. Não há um botão para isso. Não há qualquer referência de que Deus, ao criar o mundo, ao criar o homem, tenha feito um botão para a mente de forma que fosse possível desligá-la. Sem botão, portanto, ela permanece ativa, do nascimento até a morte.
Algumas pessoas que compreendem o funcionamento dos computadores e da mente humana defendem uma tese muito estranha. Elas especulam que, se pudéssemos remover o cérebro de dentro da caixa craniana e mantê-lo vivo mecanicamente, ele continuaria tagarelando da mesma forma. O cérebro não se importaria com o fato de não estar mais conectado à pessoa que sofria com ele. Mesmo conectado a uma máquina, ainda sonharia, imaginaria, sentiria medo, faria projetos, teria esperanças, tentaria ser isso ou aquilo. E não teria a menor noção de que já não poderia fazer nada, pois a pessoa à qual ele estava ligado não estava mais lá.
Na comunidade científica há quem considere um grande desperdício que a mente de um homem como Albert Einstein morra com ele. Se fosse possível implantar esse cérebro em outra pessoa ela continuaria pensando a respeito da teoria da relatividade. E quem recebesse esse novo cérebro acordaria com os novos pensamentos e a nova tagarelice sem suspeitar do que aconteceu.
Essa tagarelice é nossa educação, e basicamente está errada porque ensina a você apenas metade do processo: como usar a mente. Não lhe ensina uma forma de pará-la a fim de que você possa relaxar, pois, mesmo quando você está dormindo, ela continua ativa. A mente não dorme. Trabalha durante setenta, oitenta anos, continuamente.
O que estou tentando deixar claro é que, se pudermos nos educar, então há uma saída. Chama-se meditação. É possível colocar um botão na mente e desligá-la quando não é necessária. Isso ajuda de duas formas: irá lhe trazer uma paz e um silêncio que você nunca conheceu antes, e irá lhe dar um conhecimento sobre si mesmo que, devido à tagarelice da mente, nunca foi possível atingir. Ela sempre o manteve ocupado. Além disso, trará repouso à própria mente. E se pudermos dar descanso à mente, ela poderá fazer as coisas de forma mais eficiente, mais inteligente. (...)"
(Osho - Aprendendo a silenciar a mente - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 3ª edição, p. 68/70)
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