"Aprende que não há cura para o desejo, que não há cura
para a busca de recompensa, que não há cura para o sofrimento de estar ansioso
por algo, a não ser fixando a visão e a audição naquilo que é invisível e
inaudível. O homem tem de acreditar na sua capacidade inata de
progredir; não deve se atemorizar ao considerar a grandeza da sua natureza
superior nem se deixar arrastar pelo seu eu inferior ou material.
Todo o passado nos mostra que as dificuldades não
devem servir de desculpa para o desânimo, muito menos para o desespero, de
outro modo o mundo não teria as muitas maravilhas da civilização. A força de vontade para seguir adiante é a primeira
necessidade daquele que escolheu seu caminho. Onde pode ela ser encontrada?
Olhando-se ao redor não é difícil ver onde outros homens encontram sua força. A
sua fonte é a convicção profunda. Abstém-te porque é correto o abster-se – não para te
conservares limpo. O homem que luta contra si mesmo e vence a batalha só
pode fazê-lo quando sabe que naquela luta ele está fazendo aquilo que vale a
pena ser feito.
“Não resistas ao mal”, isto é, não te queixes nem te
irrites com as vicissitudes inevitáveis da vida. Esquece de ti mesmo (servindo
aos outros). Se os homens maltratam, perseguem ou enganam os seus semelhantes,
por que resistir? Na resistência criamos males ainda maiores.
O trabalho imediato, qualquer que seja, tem implícito
o clamor do dever, e a sua relativa importância ou não importância não deve
ser, em absoluto, considerada. O melhor remédio para o mal não é a repressão, mas a
eliminação do desejo, e isso pode ser melhor alcançado
mantendo-se a mente constantemente fixa em coisas divinas. O conhecimento do Eu
Superior é solapado quando se deixa a mente comprazer-se com os
objetos dos sentidos desgovernados.
Nossa própria natureza é tão vil, orgulhosa,
ambiciosa, e tão cheia de seus próprios apetites, julgamentos e opiniões, que
se as tentações não a dominassem, ela se deterioraria irremediavelmente;
portanto somos tentados até o fim para que possamos conhecer a nós mesmos e ser
humildes. Sabe que a maior das tentações é a de não ter tentação alguma, por
esse motivo alegra-te quando elas te assaltarem, e com resignação, paz e
constância, resiste a elas."
(H. P. Blavatsky - Ocultismo Prático – Ed. Teosófica, Brasília
- p. 34/40)
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