"A) Escolha das condições da próxima encarnação.
A escolha é limitada, no homem médio. Ele pode ter somente dois ou três caminhos, nem sempre propícios ou agradáveis, para escolher o que lhe convém. Assim, podem lhe oferecer um caminho mais longo, sem grandes sofrimentos, e um bem mais curto, porém com sofrimentos mais agudos e ele escolherá um ou outro.
Somente os Mestres têm liberdade quase ilimitada de escolha. E os indivíduos muito atrasados, praticamente, nada escolhem e têm que seguir linhas rígidas do Carma. Quanto maior a evolução, quanto maior o conhecimento, tanto maior, proporcionalmente, é a liberdade do indivíduo. Nem sempre o indivíduo tem liberdade de escolha e passará por provas desagradáveis, ou aparentemente inúteis, como a encarnação em um feto que nascerá morto.
B) Terá o feto Carma?
Convém notar que o Carma não é do feto, que é um corpo, mas do Ego, ou alma. O Homem, tal como entende o espiritualismo, e nunca é demais se repetir, é uma alma que se apropria de um corpo ou de uma personalidade.
Ora, esta alma, ou Ego, não se encarna quando quer, mas quando uma série de fatores individuais e cósmicos estão em ação. Seja o seguinte exemplo: Por motivos cármicos, um indivíduo tem de nascer no ano de 1900, para esgotar uma dívida cármica na família X. Mas a dívida é mínima. Ele sofreu e fez sofrer relativamente pouco. Ora, um filho que está para nascer e nasce morto, acarreta, naturalmente, sofrimento aos pais. Por sua vez, o trabalho do Ego, para tomar novos corpos, representa determinado sofrimento, que poderá, até certo ponto, ser avaliado, lendo-se o livro de Francisco Cândido Xavier: "Missionário da Luz". Desta forma, houve duplo esgotamento cármico.
O feto não chegou a viver, isto é, a ter vitalidade, mas o Ego que contribui para a formação daquele feto, esteve sob a ação do carma, porque o carma não se produz somente no plano físico, mas também nos superiores.
O indivíduo acima citado teria, por outro lado, que se unir por laços de parentesco à família Y, no ano de 1915. No intervalo de 15 anos, entre a morte do feto na família X e o nascimento da criança na família Y, houve tempo para mais alguns reajustamentos cármicos nos planos superiores.
Pode existir carma sem vida física, porque não é somente durante a vida física que se contrai carma. O Carma é uma lei de ação e reação permanente. (...)"
(Alberto Lyra - O Ensino dos Mahatmas - IBRASA, São Paulo - p. 217/219)
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