(...) A
segunda explicação da base comum das religiões humanas postula a
existência de um ensinamento original, sob a custódia de uma
Fraternidade de grandes Instrutores espirituais. Estes Mestres,
frutos dos ciclos passados da evolução, tiveram por missão
instruir e guiar a humanidade infantil em nosso planeta. Transmitiram
às suas raças e nações, sucessivamente, as verdades fundamentais
da religião, sob a forma mais adaptada às necessidades especiais
daqueles que deviam recebê-las. Segundo esta opinião, os fundadores
das grandes religiões são membros desta Fraternidade Una, e foram
ajudados, em sua missão, por uma plêiade de outros membros menos
elevados que eles, iniciados e discípulos de diversos graus,
eminentes por sua intuição espiritual, por seu saber filosófico,
ou pela pureza de sua sabedoria ética. Estes homens dirigiram as
nações nascentes, guiando-as no caminho da civilização e
dotando-as de leis; monarcas, eles as governaram; filósofos, eles as
instruíram; sacerdotes, eles as guiaram. Todos os povos antigos têm
reminiscências destes homens poderosos, heróis e semideuses, e a
arquitetura, a literatura e a legislação desses povos antigos
conservam de tais homens traços indeléveis.
Parece
difícil negar a existência desses homens, diante da tradição
universal, dos documentos escritos ainda existentes e dos vestígios
pré-históricos, em ruínas em toda a parte, sem mencionar outras
evidências que o ignorante recusaria. Os livros sagrados do Oriente
são fiéis testemunhas da grandeza daqueles que os escreveram; pois
quem, em dias posteriores, ou nos tempos modernos, pode mesmo
aproximar-se da grandiosidade espiritual do pensamento religioso
daqueles seres, do esplendor intelectual de sua filosofia, da
amplitude e pureza de sua ética ? E quando percebemos o que estes
livros encerram sobre Deus, o homem e o Universo, ensinamentos em
substância idênticos, sob uma múltipla variedade de aparência
exterior, não parece irracional relacioná-los a um único corpo
fundamental de doutrina, ao qual damos o nome de Sabedoria Divina, ou
sob a forma grega: Teosofia. (...)
(Annie Besant - A
Sabedoria Antiga – Ed. Teosófica, Brasília – p. 11/14)
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