"Para cada tipo de sadhaka (tipo animal, heroico e áureo), o guru ensina um apropriado sadhana ou método de espiritualização, atribuindo-lhe correspondentemente um mantra adequado, levando em consideração as aptidões, temperamentos, condicionamentos e limitações dos candidatos à iniciação. Genericamente falando, para os discípulos, isto é, para aqueles da "mão direita", os sadhnas a serem recomendados, segundo o grau de dificuldade crescente, são os seguintes:
(a) puja ou adoração ostensiva, usando flores, incenso, imagens, oferendas;
(b) japa ou repetição do mantra, com ou sem ajuda de um rosário (japamala), cujas contas vão sendo passadas na medida em que o mantra é pronunciado;
(c) dhyana ou contemplação;
(d) o mais elevado e difícil, brahmasadhana que é a experiência unitiva com o eterno e infinito Brahman.
O tantra está presente na liturgia de diferentes religiões. A missa católica, os rituais de umbanda e tantas outras manifestação externas litúrgicas são pujas. Os hinos de louvor cristão das religiões evangélicas e carismáticas são tântricas. O Tantra, com seus mantras e japas, faz parte também do budismo. A adoração de imagens é um procedimento tântrico universal de quase todas as religiões. As ladainhas e jaculatórias enriquecem nas práticas devocionais de cristãos, hindus e muçulmanos.
"A letra mata" - Por que no Tantra, ao lado de belíssimas e imaculadas, sublimadas e santas práticas, se encontram recomendações a outras nitidamente permissivas e primitivas, frontalmente contraditórias? O dicionário de hinduísmo de Stutley explica:
O Tantrismo, devido a seu simbolismo esotérico e algumas de suas práticas, tem levado sua ideologia a equívocos, os quais P. C. Bagchi considera causados por alguns eruditos que não conseguiram interpretar corretamente os termos técnicos dos textos tântricos. O uso que os textos fazem do simbolismo e da terminologia técnica, tal como os Uppanishads, visa a desvelar verdades, mediante uma linguagem que só poderia ser compreendida pelos iniciados. Daí no tantrismo o uso da assim chamado "linguagem intencional (sandhya-bhasa)", que é secreta, obscura e ambígua, na qual um determinado estado de consciência é expresso por um termo erótico. Os vocabulários da mitologia e cosmologia estão carregados de significados sexuais e de Hatha Yoga. (in A Dictionary of Hinduism)
É oportuno citar o sábio São Paulo:
A letra mata, mas o espírito vivifica. (2 Co 3:6)"
(
José Hermógenes - Iniciação ao Yoga - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 133/134)
www.record.com.br
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