"Para
muitos cristãos, os eventos históricos da vida de Cristo e sua interpretação
bíblica formam a base de sua religião. Para aquele misticamente orientado,
porém e, na verdade, para toda alma humana, é Cristo como o revelador da
sabedoria universal, como aquela própria sabedoria, que oferece a maior
atração. Ele não é somente uma figura histórica. Ele é “o caminho, a verdade e
a vida”.¹ Se conseguimos obter pelo menos um único relance daquela luz que é o
Cristo Universal, nossa vida muda: ela é a Luz de Cristo, antiga, mas sempre
nova, que cada instrutor traz para o mundo. Eles são poderosos Salvadores, mas
a Luz é ainda mais poderosa do que Eles. Esse é o coração do cristianismo, bem
como o de todas as outras verdadeiras religiões, e nessa verdade todas as
crenças são UMA.
Esse
lampejo, que é a união com o Cristo Universal, é a meta da vida religiosa. O
Instrutor o traz mais perto, torna-o mais facilmente ao alcance da consciência
em todos os reinos da natureza. Essa experiência pode ser obtida
deliberadamente, porque sua realização é governada por leis tão exatas como as
que o químico deve obedecer no laboratório.
“A
Europa tem uma religião que satisfaz o coração, mas não sua cabeça e uma
filosofia que satisfaz sua cabeça, mas não seu coração.” A Teosofia, ou o
cristianismo místico, atende a essa necessidade. Ela mostra as leis e o caminho
para a esplêndida visão que, quando alcançada, ofusca todo o brilho do mundo
para os felizardos que vêm. Essa experiência e o anseio por ela, pois ela é uma
paixão perdida no mundo, perdida porque submergiu na experiência física e seu
anseio. O mundo sente saudade da espiritualidade; ele vagou tão longe que se
esqueceu de sua casa.
A
função da religião é restaurar aquela memória e mostrar o caminho de volta para
casa. Em vez disso, ela insiste em questões de fé e aprisiona os homens no
controle das crenças, cega-os espiritualmente pelo medo que as ameaças de
condenação despertam nos ignorantes. A tragédia é que as crenças não têm
absolutamente nenhuma importância e a visão é de suma importância na verdadeira
religião.
Ó,
padres! Como vocês falham, apesar das boas intenções. Cada história da vida do
Mestre brilha com a luz verdadeira. A Bíblia não é um livro de palavras; é um
raio do sol espiritual, brilhante e vivo. Doador de luz; portador de luz, e
acima de tudo uma chave para as portas da prisão.
Tornem-se intérpretes. Essa é a
função de vocês. O homem espiritualmente cego vai apressadamente de madrugada
para o mercado em busca da riqueza e nunca vê os diamantes do orvalho brilhando
em cada folha de grama. Tornar-se um intérprete da sabedoria e da verdade para os
homens, um despertador da sabedoria e da verdade dentro do homem, esse é um
trabalho verdadeiramente religioso, verdadeiramente cristão e verdadeiramente
digno."
1. Jo. 14:6
(Luz do Santuário - O Diário Oculto de Geoffrey Hodson - Compilado por Sandra Hodson e traduzido por Raul Branco - p. 51/52)
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