"Violência é muito mais do que infligir danos físicos a outras pessoas. Algumas formas de violência podem ser mais devastadoras do que as do tipo físico.
A violência pode ser muito sutil. Discriminar as pessoas, estabelecendo um separação entre nós e eles é um ato de violência. Priorizar as diferenças entre as pessoas, em vez de valorizar o que elas têm em comum, inevitavelmente, cedo ou tarde, leva a violência.
Tememos o outro. Projetamos nele aquilo que odiamos em nós mesmos, nossas falhas e fracassos. Nós o culpamos pelos nossos problemas, em vez de olhar para nós mesmos. Tentamos resolver nossos problemas dando um jeito neles e, frequentemente, com o uso da violência.
Os locais cujo acesso é vedado a determinados grupos humanos são lugares violentos. Podem ter a aparência de uma esplêndida praia, um luxuoso elevador social, um clube sofisticado. Mas violência está presente. Ali existe o nós e o eles. Os outros não são como nós. São inferiores. Não podemos confiar neles. São perigosos e devem ser temidos. Quando distribui seu carinho e generosidade para aqueles que parecem diferentes, você domina o medo e o substitui pelo amor. É assim que vencemos a violência. E que realizamos nosso destino.
Ouvi dizer que quando a poeta Maya Angelou escuta algum comentário preconceituoso contra qualquer grupo, ela, imediatamente e com firmeza, pede: "Pare com isso!" E escuta-se sua voz majestosa ressoar numa festa superlotada, sempre que alguém conta uma história ou uma piada preconceituosa. É uma técnica maravilhosa. Se todos fizéssemos a mesma coisa. a intolerância e o preconceito diminuiriam e poderiam, quem sabe, desaparecer. Mas dizer: "Pare com isso!" exige muita coragem. Teríamos que pedir a nossas famílias, amigos, colegas, patrões e mesmo a estranhos que abandonassem seu comportamento raivoso. Teríamos que estar especialmente atentos a nós mesmos.
Estamos nadando contra a corrente do amor quando discriminamos os outros, por serem diferentes. Porque o amor nos diz que todos estamos ligados, que somos iguais, que somos todos a mesma coisa."
(Brian Weiss - A Divina Sabedoria dos Mestres - Ed. Sextante, Rio de Janeiro - p. 131/132)
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