"Estes sistemas de Yoga, tendo base na energia vital da natureza (Shakti), se completam, se fundem e se identificam.
"O homem é feito à imagem e semelhança de Deus." Esta é uma outra forma de expressar o preceito hermético - O que está em cima é igual ao que está embaixo - que se deve entender como: o microcosmo (o homem) reproduz o macrocosmo (o Todo). O Espírito Universal (Shiva) e a Energia Universal (Shakti), que constituem o macrocosmo, também se encontram no homem, no microcosmo.
O Supremo Senhor (Shiva) tem seu trono e domicílio num etéreo centro de força no alto da cabeça, chakra sahasrara, também denominado lótus de mil pétalas. Shakti, sua consorte ou Kundalini, a energia que mantém e anima tanto o universo quanto o ser humano, está dormindo, em latência, num centro localizado na extremidade inferior da medula, no chakra muladhara. Laya Yoga, segundo a interpretação tântrica, consiste em despertar a energia kundalini, fazê-la subir através do naddi (conduto sutil) sushumna que corre por dentro da medula espinhal, atingindo e ativando sucessivos chakras, até que, chegando ao sahasrara se une com seu divino cônjuge, o Vidente Eterno (Shiva), eclodindo então jubilosamente o enlace nupcial do que resulta a libertação ou mukti.
Em outro livro meu, Autoperfeição com Hatha Yoga, trato de chakras e naddis com relativo desenvolvimento, mas não o bastante para orientar a prática de quem quer que seja, pois a maioria das técnicas somatopsíquicas para a purificação dos naddis e ativação dos chakras são, não somente estranhas à nossa cultura, mas difíceis e mesmo arriscadas, exigindo a assistência de um guru genuíno, de um mestre realizado, hoje raro encontrar mesmo no Índia. Aqui é bom lembrar que tais sadhanas são contraindicados aos que vivem na kali yuga. (...)"
(José Hermógenes - Iniciação ao Yoga - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 118)
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