"(...) 4. Pranayama: quase sempre equivocadamente é entendido como uma técnica respiratória. Praticado com propriedade, efetivamente melhora a oxigenação e aprimora as funções respiratórias e circulatórias físicas. Mas aqui pranayama deve ser visto como o controle (yama) da circulação da bioenergia (prana) no "corpo sutil", o que além de promover a saúde física, predispõe a mente para a concentração. Sem que o pranayama seja bem conduzido, as forças do inconsciente (vasanas e samskaras) facilmente comprometerão as tentativas de aquietar a mente, pois que os vrittis continuarão indomáveis. Não são somente os conteúdos do inconsciente (vasanas e samskaras) que agitam os vrittis na mente, mas também os distúrbios ocorrentes na circulação das energias prânicas, responsáveis por todas as funções fisiológicas, bem como pela ativação dos chakras (centros psíquicos e energéticos).
5. Prathyahara: deve ser entendido como a interrupção das normais conexões dos sentido com o ambiente físico. É uma interface entre os dois mundos - o interno (antar) e o externo (bahira). Os angas anteriores (yama, niyama, asana, pranayama), se forem efetivamente praticados, permitem este difícil corte com o mundo exterior. Alcançado o "silêncio dos sentidos", torna-se possível a imersão da consciência no universo interior. Prathyahara serve de portal! O Yoga ensinado pelo Cristo menciona prathyahara neste termos:
...entra em teu quarto, e, fechando a tua porta, ora a teu Pai o que está em oculto... (Mt 6:6)
Agora, tendo dessado a fase externa do método (bahiranga), inicia-se a grande aventura no universo interno do meditante.
Os naturais problemas e obstáculos encontrados por quem lida com a mente poderão ser vencidos se o desempenho moral do aspirante eliminou as perturbações geradas por desejos e emoções, se a postura da meditação (asana) conseguiu o mesmo em relação aos distúrbios nascidos do corpo físico, se os pranayamas corrigiram desordens energéticas no corpo prânico, e finalmente se prathyahara conseguiu interromper a atividade dos órgãos sensórios. É neste sachana holístico que conduz ao samyama, isto é, à sequência dharana-dhyana-samadhi sobre um mesmo objeto de meditação. Samyama é antaranga yoga. (...)"
(José Hermógenes - Iniciação ao Yoga - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 46/47)
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