"É muito natural na gente jovem a propensão para divertir-se, regojizar-se, ler e ouvir coisas amenas, e rir-se alegremente por elas. Isto é perfeitamente lícito e inofensivo. Se as pessoas pudessem ver o efeito produzido no corpo astral por um riso franco e jubiloso, convencer-se-iam de que é tão benéfico como o da comoção provocada no fígado e demais vísceras pelo passeio a cavalo. Mas se lhes fossem visíveis os efeitos dos contos e anedotas picantes, notariam espantosa diferença, pois as formas assim engendradas são inteiramente malignas e permanecem longo tempo no corpo astral com risco de atrair outra categoria de aborrecíveis entidades. Aqueles que se aproximam dos Mestres têm de estar livres de tão funestas influencias, como também de tudo o que é turbulento e escabroso. Os jovens devem precaver-se constantemente contra qualquer reincidência em necessidade e puerilidade.
Há de se evitar a todo o custo a propensão para o riso tolo, pois seu efeito é muito nocivo ao corpo astral, porque o envolve num aspecto muito repugnante, em forma de uma espécie de envoltura que impede a entrada de harmônicas influências. É um perigo contra o qual os jovens têm de se precaver cuidadosamente. Sede tão alegres e jubilosos quanto puderdes. Ao Mestre isso lhe apraz e vos ajudará a progredir na Senda. Mas não consintais que nem por um momento maculem vossa jovialidade a grosseria e torpeza, e que nunca estale vosso riso em estrepitosas gargalhadas nem se degenere em risonhos mofadores.
Há nisto como em outras coisas uma definida demarcação entre o inocente e o que pode chegar a ser danoso. O método mais seguro de determiná-la é considerar se a diversão quebra as normas da delicadeza e bom gosto. Desde o ponto em que o riso transpõe estas normas, desde o momento em que há nele o menor toque de estrepitosidade e cessa de ser perfeitamente refinado, entramos em perigoso terreno. O aspecto interno de tudo isso é que enquanto o ego permanece dono do seu corpo astral, tudo corre felizmente; mas tão logo isso se altera, o riso se transforma em tolo e néscio, e o corpo astral arrasta o ego como o desbocado cavalo a seu jinete. Um corpo astral sem freio está à mercê de influências eventuais e pode ser afetado pelos mais sinistros pensamentos e emoções.
Vede também que vosso regojizo seja sempre puro e limpo, sem jamais maculá-lo com um malicioso deleite pelo sofrimento ou fracasso do próximo. Se alguém é vítima de um acidente, não riais do aspecto ridículo do ocorrido, mas acudi pressuroso a ajudar e consolar. Amável benevolência e ajuda devem ser sempre vossas características assinaladas."
(C. W. Leadbeater - Os Mestres e a Senda - Ed. Pensamento, São Paulo - p. 93/94)
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