"Yoga é o
Sanatha Dharma em ação e é por isto que não se contrapõe a qualquer religião, nem qualquer verdadeira religião, compreendida "em espírito e verdade", em sua grandeza e profundidade essenciais, pode impugná-lo. Yoga é o processo de vencer distância e fragmentação, um método de iluminar, harmonizar, e "amorizar" a existência, um meio eficiente para levar a alma à plenificação de suas infinitas potencialidades, de salvá-la da dança inquietante dos opostos da existência, finalmente é uma reeducação do tigre "cabritificado", restituindo-lhe sua esplendorosa "tigritude" e do herdeiro do trono que se conhecia tão somente como pobre e ignorante camponês. Yoga é o que transubstancia o pântano em nuvem.
A meta suprema a ser conquistada em cada religião é sempre a mesma: unir a alma a Deus ou Àquilo que é cultuado como Deus. Que é Yoga senão exatamente tal união?!
A importância que Patanjali atribui ao desempenho ético do aspirante, em seu método de oito (asta) componentes (anga) ou Astanga Yoga, se evidencia no fato de os dois primeiros componentes serem yamas (abstinências, comportamentos a evitar) e niyamas (observâncias, comportamentos a cumprir). O mandamento que encerra a lista dos niyamas é ishvarapranidhana (Ishvara é Deus; pranidhana, entrega, submissão, rendição...). Sai Baba usa outro vocábulo para o mesmo preceito - saranagathi. Esta entrega irrestrita a Deus, por si só, é bastante para atingir a meta, o samadhi, o ponto culminante de todo método disciplinar (sadhana), ensinado por Patanjali. Se a entrega chegar a ser total, aquele que se entrega vence seu inimigo maior, isto é seu falso ego pessoal, com suas normais limitações, condicionamentos, fragilidades, conflitos, desiquilíbrios e doenças."
(José Hermógenes - Iniciação ao Yoga - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 27/28)
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