"Poucos homens chegam a se dar
conta de que em seu reino há um permanente estado de guerra. Geralmente, só
quando esse reino está quase completamente arrasado é que os homens percebem,
indefesos, a triste ruína de sua vida. Os conflitos psicológicos por saúde,
prosperidade, autocontrole e sabedoria têm de ser reiniciados todos os dias,
para que o homem se adiante na direção da vitória, reconquistando, centímetro
por centímetro, o território da alma ocupada pelos rebeldes da ignorância.
O iogue, o homem que está
despertando, é confrontado não apenas com batalhas exteriores, travadas por
todos os homens, mas também com o entrechoque interno entre as forças negativas
da inquietude (que surgem de manas,
ou consciência dos sentidos) e o poder positivo do desejo e do esforço para
meditar (apoiado pela inteligência, buddhi),
ao tentar estabelecer-se de novo no reino espiritual interior da alma; os
centros sutis da vida e da consciência divina, na coluna vertebral e no
cérebro.
Portanto, o Gita aponta, logo na
primeira estrofe, a primordial necessidade que o homem tem de introspecção
todas as noites, de modo que possa distinguir claramente que força – o bem ou o
mal – venceu a batalha cotidiana. Para viver em harmonia com o plano de Deus, o
homem precisa repetir para si próprio, todas as noites, a indagação sempre
pertinente: “Reunidas no espaço sagrado do corpo – o campo das ações boas e más
-, que fizeram minhas tendências opostas? Que lado, nesta guerra incessante,
venceu hoje? Vamos, me diga: as más tendências corruptas, tentadoras, e as forças
opostas da autodisciplina e do discernimento, que fizeram?"
(Paramahansa Yogananda – A Yoga
do Bhagavad Gita – Self-Realization Fellowship - p. 22)
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