"O método ou sadhana da Jnana Yoga é talvez o mais difícil. Aquele que exige as mais raras condições intelectuais, psíquicas e éticas. Sem tais qualificações, o aspirante pode perder-se em especulações intelectualóides e vir a tornar-se um verborrágico erudito, rico de conhecimentos, mas pobre de sabedoria, a falar de Deus sem O experienciar. As qualificações indispensáveis a um caminhar firme e eficaz na difícil jnana marga ou caminho (marga) da sabedoria (jnana) que liberta, são:
(a) Viveka - a capacidade de discernir entre o Real e o irreal, entre o Eterno e o transitório;
(b) Vairagya - despaixão ou desapego por tudo que seja irreal e transitório;
(c) Shad-sampat - as "seis virtudes", que são: Sama - tranquilidade; Dama - autocontrole; Uparati - saciedade, contentamento; Titiksha - resistência, endurance; Samadhana - concentração; Mumukshutva - profundo empenho em libertar-se; amor infinito e absoluto pela Verdade, que é Deus.
Arjuna, o guerreiro, pediu a Krishna que descrevesse o "homem sábio". Ao longo de alguns versos da Bhagavad Gita, o Avatar respondeu:
Quando um homem descartou de sua mente todo o desejo, e está contente no Ser pelo Ser, é um homem de firme Sabedoria. Aquele que não é chocado pela adversidade, e que na prosperidade não anela prazeres, que é isento de apego, medo e aversão, pode ser chamado um sábio de firme Sabedoria. Aquele que em toda parte está sem apego, enfrentando qualquer coisa boa ou má, que nem se regozija ou detesta, sua Sabedoria é firme. Quando, igual à tartaruga, que recolhe seus membros de todos os lados, ele recolhe seus sentidos dos objetos sensórios, então sua Sabedoria se torna firme... (Bhagavad Gita, II:55-58)
O processo de autotransformação que capacita o aspirante para a conquista da Verdade Suprema é descrito por Sai Baba nestes termos:
A Sabedoria Espiritual desce somente quando haja pureza no coração. Exatamente como remover as ervas daninhas, o revolver da terra, o semear e o regar são indispensáveis, à colheita, o campo do coração humano tem de ser alijado de maus pensamentos e sentimentos ruins, regado com o amor, arado pelas práticas espirituais e semeado com o santo Nome de Deus. Somente assim é possível a colheita da Divina Sabedoria (jnana). (...)"
(José Hermógenes - Iniciação ao Yoga - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 106/108)
Nenhum comentário:
Postar um comentário