"Sempre que falamos ou rimos, produzimos som e cor. Se é o tipo certo do riso, cordial e afável, produz um efeito muito agradável, e espalha um sentimento de alegria em todos os sentidos. Mas se é um riso zombeteiro ou sarcástico, uma gargalhada grosseira, uma casquinhada ou um riso alvar, o resultado é muito diferente e por demais desagradável. É notável quão exatamente todas as nuanças de pensamento e sentimento se refletem nos planos superiores. (...)
A cor das fomas geradas depende mais do espírito com que falamos. Duas pessoas podem dizer as mesmas palavras, e produzir assim, amplamente, a mesma forma, mas as formas podem ter atrás de si um espírito diferente. Quando estais de partida com alguém, dizeis "Adeus". Estas palavras podem ser acompanhadas por uma real explosão de sentimento amistoso; mas se dizeis "Adeus" num tom casual, sem qualquer pensamento ou sentimento especial por trás, isso produz um efeito totalmente diferente nos planos superiores. Um é como um brilho de pirilampo, nada significando, nada produzindo; o outro é uma efusão definitiva que dais ao vosso amigo. Convém lembrar que a expressão significa "Deus seja contigo"; portanto, é uma bênção que estais dando. (...) Se pensardes no significado de tais palavras enquanto as proferis, fareis um bem muito maior do que normalmente o fazeis, pois nesse caso a vossa vontade e vosso pensamento acompanharão as palavras, e a bênção será um auxílio real e não um simples aceno.
Em todas estas maneiras a linguagem do discípulo deve ser refinada e aprimorada. Lembrai-vos de como se diz em A Luz da Ásia que o Rei, o Eu, está dentro de vós, e que tudo quanto sai de vossa boca em sua presença tem de ser um pensamento de ouro expresso em palavras de ouro:
Governa os lábios,
Pois são os portais do palácio do Rei interno;
Tranquilas e formosas e corteses sejam todas as palavas
Ditas naquela presença."
(C. W. Leadbeater - Os Mestres e a Senda - Ed. Pensamento, São Paulo - p. 97/98)
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