segunda-feira, 4 de março de 2013

EM DEUS NOSSAS ASPIRAÇÕES ESPIRITUAIS SE REALIZAM


"Deus não é uma pessoa, como nós somos em nossa estreiteza. Nosso ser, consciência, sentimentos, volição têm apenas um vestígio de semelhança com o Ser (Existência), Consciência e Bem aventurança de Deus. Ele é pessoa no sentido transcendental. Nosso ser, consciência e sentimento são limitados e empíricos; os de Deus são ilimitados e transcendentais. Ele tem um aspecto impessoal e absoluto, mas não devemos pensar que Ele esteja fora do alcance de todas as experiências – inclusive de nossa experiência interior.

Deus pode ser percebido por todas as pessoas no estado de tranquilidade. É na consciência de Bem aventurança que nós O experimentamos. Não pode haver qualquer outra prova direta da Sua existência. É Nele, como Bem aventurança que nossas esperanças e aspirações espirituais se realizam – nossa devoção e amor encontram Nele o seu propósito.

Não se exige a concepção de um ser pessoal, que vem a ser apenas uma ampliação de nós mesmos. Deus pode ser ou tornar-Se qualquer coisa: pessoal, impessoal, todo misericordioso, onipotente e assim por diante. Mas não temos que nos preocupar com esses qualificativos. A concepção de Deus como Bem aventurança atende precisamente aos nossos objetivos, esperanças, aspirações e à nossa perfeição. (...)

Na Bem aventurança, transcendemos as alegrias e mágoas do mundo, mas não transcendemos a necessidade de cumprir nossos legítimos deveres no mundo.

O homem de Autorrealização sabe que Deus é o Autor de todas as ações, todo poder de agir flui Dele para nós. Quem está centrado no Eu espiritual sente-se como o desapaixonado observador de todas as ações, esteja ele vendo, ouvindo, tocando, cheirando, saboreando ou passando por várias outras experiências no mundo. Imersos na Bem aventurança, tais homens vivem sua vida de acordo com a vontade de Deus.

Quando se cultiva o desapego, o estreito egoísmo desaparece. Sentimos que estamos representando os papéis que nos foram atribuídos no palco do mundo, sem sermos afetados intimamente pelas alegrias e mágoas, amores e ódios que a encenação envolve."

(Paramahansa Yogananda – A Ciência da Religião – Self-Realization Fellowship - p. 50/52)


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