OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


domingo, 31 de março de 2013

BHAKTI YOGA - AMOR, "ESSE DESCONHECIDO" (1ª PARTE - I)

"Amor não é a fonte da felicidade só porque já é a própria felicidade que os homens tanto buscam inutilmente. Há uma fase inicial do relacionamento num casal, uma condição que parece felicidade, mas é devaneio, que tem a duração de uma nuvem que passa. A euforia, o gozo, a fantasia colorida começa, cresce, decresce e some. Isto porque o amor ainda continua "esse desconhecido". Para a conquista da felicidade duradoura, é prioritário desmitificar o amor.

Amor "normal", aquele que viceja no campo da sensualidade e da paixão, é quase sempre unidirecionado, isto é, dedicado com exclusividade a uma pessoa ou determinada coisa (uma obra de arte, a profissão, e até um clube esportivo). Um apaixonado coloca sua paz, segurança, saúde, alegria, felicidade e mesmo sua vida, na dependência do objeto da paixão, sobre o qual não consegue exercer controle. Quem depende de algo (ou de quem) sobre o qual não tem gerência, sem dúvida, se já não sofre, virá a sofrer. O apaixonado se rendeu a uma condição de inferioridade, submissão, e ansiosa passividade, sempre à espera de migalhas que lhe sejam concedida. Negadas estas, o sofrimento se desencadeia. É caso de torcedores "apaixonados" por um time de futebol, que a si mesmos diagnosticam "torcedores doentes" (e infelizmente o são!). Perdida a partida decisória, com certa frequência ocorrem entre eles fulminantes colapsos. Perdem a vida, não só o campeonato. Esta é a paixão mórbida, infeliz, deprimente e lastimável. Mas, há muitos que irrefletidamente denominam amor. Eis o amor caluniado!

Outras formas de relacionamento afetivo tidas por "normais" também chegam a parecer amor, mas são simples arremedos. Paixão, como vimos, parece amor, mas não é. Apego, servidão, comunhão de interesses e de ideias, dependências mútuas... são outras formas de vínculos geradores de frustrações e tormentos que pessoas ingênuas têm por amor. Exatamente por serem falsificações do amor, até certo ponto, inviabilizam o genuíno amor. Uma vez, em Rishkeshi (Índia), no Shivnnda ashram, uma jovem companheira de viagem perguntou ao Swami Krishnananda por que sempre que ela amava acabava sofrendo, e ele sem vacilar explicou: Se gera sofrimento não é amor

Verdadeiramente ama aquele que já tenha descartado o sentimento de ser diferente e estar distante dos outros, o sentimento de posse, já eliminou o mórbido desejo de dominar, o infernal medo de perder, e esse verdadeiro terror chamado ciúme. Quem verdadeiramente ama, negando-se a si mesmo, aspira sincera, profunda e eficazmetne pela felicidade de todos os seres. Vi certa vez na vitrine de uma loja de locação de vídeos um cartaz anunciando um filme cujo nome era Os crimes do Amor. A que ponto de alienação e estupidez chegou a mente humana, que dá o nome de amor à condição patológica que induz ao chamado "crime passional"! Sensualidade passional pode matar. Amor, nunca. O amor é doador de vida, liberdade, paz, segurança, felicidade; finalmente, é luminosa manifestação de Deus. (...)"

(José Hermógenes - Iniciação do Yoga - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 78/80)


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