"(...) O desejo sexual. Algo mais deveria ser dito aqui a respeito do instinto natural de propagação, que é, depois do instinto de autopreservação, o mais forte no corpo animal. O desejo sexual, como todos os outros desejos, tem um estado normal e um estado anormal ou doentio, resultando este último apenas da matéria estranha acumulada pelo viver desnatural, conforme mencionado acima. No desejo sexual, cada pessoa tem um termômetro exato para indicar a condição de sua saúde. Esse desejo é arrancado de seu estado normal pela irritação dos nervos resultante da pressão de matéria estranha acumulada no organismo, pressão esta que é exercida sobre o aparelho sexual e, a princípio, se manifesta por um aumento do apetite sexual, seguido por uma diminuição gradual da potência.
Em seu estado normal, o desejo sexual torna o homem completamente livre de todas as luxúrias inquietantes e atua no organismo (despertando um desejo de apaziguamento) apenas esporadicamente. Aqui, mais uma vez, a experiência demonstra que esse desejo, como todos os outros, é sempre normal em pessoas que levam uma vida natural como foi mencionado.
A raiz da árvore da vida. O órgão sexual - a junção de importantes extremidades nervosas, particularmente dos nervos simpáticos e espinais (os nervos principais do abdome), os quais, por meio de sua conexão com o cérebro, são capazes de vitalizar todo o organismo - é, em certo sentido, a raiz da árvore da vida. O homem bem instruído no uso apropriado do sexo pode manter o corpo e a mente em perfeita saúde e viver uma vida feliz do começo ao fim.
Os princípios práticos da saúde sexual não são ensinados porque o público encara o assunto como impuro e indecente. Cega dessa maneira, a humanidade atreve-se a cobrir a Natureza com um véu porque esta lhe parece impura, esquecendo-se de que ela é sempre casta e que todas as coisas impuras e inconvenientes estão nas ideias do homem, e não na Natureza em si. É claro, portanto, que o homem não conhecendo a verdade sobre os perigos do abuso do poder sexual e sendo compelido a práticas erradas pela irritação dos nervos resultantes do viver desnatural, sofre doenças perturbadoras durante a vida e, por fim, torna-se vítima da morte prematura.
Habitação do homem. Em segundo lugar, vem o que diz respeito ao nosso local de habitação. Podemos compreender facilmente quando sentimos desprazer ao entrar em um recinto lotado, depois de respirar ar fresco no alto de uma montanha ou na amplidão de um campo ou de um jardim, que a atmosfera da cidade ou de qualquer lugar lotado é um lugar de moradia completamente desnatural. A atmosfera refrescante do topo de uma montanha, ou do campo, ou do jardim ou de uma área seca sob árvores que cobrem um amplo pedaço de terra e livremente ventilada com ar fresco, é o lugar apropriado para o homem morar de acordo com a Natureza.
A companhia que devemos manter. E, em terceiro lugar, é a respeito da companhia que devemos manter. Aqui também, se escutarmos os ditames de nossa consciência e consultarmos nossa inclinação natural, descobriremos de imediato que preferimos aquelas pessoas cujo magnetismo nos afeta harmoniosamente, que acalmam nosso organismo, revigoram interiormente nossa vitalidade, desenvolvem nosso amor natural e, assim nos aliviam de nossos sofrimento e nos proporcionam paz. Isso quer dizer que devemos estar na companhia do Sat ou Salvador, e evitar a do Asat, como descrito anteriormente, Permanecendo na companhia do Sat (o Salvador), somos capazes de gozar perfeito saúde física e mental, e nossa vida é prolongada. Se, por outro lado, desobedecemos à admoestação da Mãe Natureza, sem ouvir os ditames de nossa consciência pura, e mantemos a companhia de tudo o que foi designado como Asat, um efeito oposto é produzido, nossa saúde é prejudicada e nossa vida encurtada.
A necessidade do viver natural e de pureza. Assim, o viver natural é proveitoso para a prática de Yama, as abstenções ascéticas, como explicado anteriormente. Sendo igualmente importante a pureza do corpo e da mente na prática de Niyama (as observâncias ascéticas já explicadas), todo esforço deveria ser feito para alcançar tal pureza."
(Swami Sri Yukteswar - A Ciência Sagrada - Self-Realization Fellowship - p. 66/69)
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