"(§17) Quando te tornares um discípulo do Mestre, poderás
sempre pôr a prova a verdade de teu pensamento colocando-o ao lado do Seu. Pois
o discípulo é uno com o seu Mestre, e necessita somente voltar seu pensamento
para o do Mestre para ver imediatamente se ambos estão de acordo. Se assim não
for, o pensamento do discípulo está errado, e ele deve modificá-lo
instantaneamente, pois o pensamento do Mestre é perfeito, porque Ele sabe
tudo. Aqueles que ainda não foram aceitos por Ele não podem fazer isso perfeitamente; mas eles podem ajudar
grandemente a si mesmos parando frequentemente para pensar: "O que pensaria
o Mestre a este respeito? O que diria ou faria o Mestre nestas
circunstâncias?" Pois nunca deves fazer, dizer ou pensar o que não possas
imaginar o Mestre fazendo, dizendo ou pensando.
(§18) Deves ser verdadeiro também no falar - exato e sem
exageros. Nunca atribuas motivos a outra pessoa; somente seu Mestre lhe conhece
os pensamentos, e ela pode estar agindo por razões que nunca entraram em tua
mente. Se ouvires algum boato contra alguém, não o repitas; pode não ser
verdadeiro, e ainda que o seja, é mais amável nada dizer. Pensa bem antes de
falar, a fim de não caíres em inexatidões.
(§19) Sê verdadeiro na ação; nunca pretendas parecer outro
senão aquele que tu és, pois todo o fingimento é um obstáculo à pura luz da
verdade, que deve brilhar através de ti como a luz do Sol brilha através de um
vidro transparente.
(§20) Precisas discernir entre o altruísmo e o egoísmo. Pois
o egoísmo possui muitas formas, e quando pensas finalmente tê-lo morto em uma delas,
ele ressurge em outra tão forte como sempre. Porém, gradualmente, tu te
tornarás em tal medida pleno do pensamento de auxiliar os outros que não haverá
mais lugar, nem tempo, para qualquer pensamento sobre ti mesmo.
(§21) Ainda deves discernir de outra maneira. Aprende a
distinguir a Deus em todos os seres e em todas as coisas, não importando quanto
mal possam aparentar superficialmente. Podes auxiliar o teu irmão através do que
tens em comum com ele, que é a Vida Divina; aprende como despertá-la nele,
aprende a invocá-la nele; assim tu salvarás teu irmão do erro.”
(Krishnamurt – Aos Pés
do Mestre – Ed. Teosófica, Brasília)
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