"Estudando o caráter dos outros, podemos perceber com mais nitidez as possibilidades de melhorar nossa própria natureza. No entanto, estudar o caráter de maneira negativa não é correto e tem um efeito devastador. Todos fogem de um "detetive de caráter", aquele que aponta as imperfeições alheias. Muita gente que adora criticar não suporta ser criticada e pode até ter os mesmos defeitos que tão virtuosamente deplora nos outros.
Basicamente, o estudo do caráter é importante em um aspecto: a necessidade constante de perceber virtudes nos outros e implantar essas nobres qualidades em si mesmo. Eu estudo o caráter quando escolho as pessoas com quem vou trabalhar. Mas adoto um ângulo de visão inteiramente diferente para a seleção. Às vezes, sei que alguém é "mau" e permito que fique comigo, na esperança de que mudará. Se responder ao meu pensamento espiritual por seu bem-estar, melhorará; se não... bem, corri o risco. Sou como um médico que arrisca expor-se a uma doença para ajudar um paciente. Todos os médicos sujeitam-se a esse perigo porque seu desejo é servir. O mesmo ocorre com o médico espiritual; ele empreende a tarefa de julgar outras pessoas e mostrar-lhes os defeitos, para ajudá-las a progredir.
Jesus disse: "Não julgueis, para não serdes julgados." Ele condenou a crítica que só se faz com o desejo de magoar os outros. Esse comportamento é cruel e destrói a amizade. A crítica não tem nenhuma utilidade, a menos que seja feita com amor sincero e apenas quando solicitada. Deve ser oferecida com o amoroso desejo de ajudar a outra pessoa. Os que aprenderam o autocontrole têm o direito de auxiliar os outros. Desse ponto de vista. o estudo do caráter é valioso."
(Paramahansa Yogananda - A Eterna Busca do Homem - Self-Realization Fellowship - p. 313/314)
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