OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

AMOR - PARTE II

"(§57) Não contente por ter feito todo este dano a si mesmo e à sua vítima, o maledicente tenta, com todas as suas forças, tornar outros homens cúmplices de seu crime. Ansiosamente lhes conta sua perversa história, com a esperança de que nela acreditem; e eles, então, unem-se a ele a enviar maus pensamentos ao pobre sofredor. E isso se repete dia após dia, e é feito não por um homem, mas por milhares. Começas a ver quão vil, quão terrível é este pecado? Tens de evitá-lo por completo. Nunca fales mal de ninguém; recusa ouvir quando alguém falar mal de outrem, porém dize gentilmente: "Talvez isto não seja verdade, e mesmo que seja, é mais amável não falarmos nisso."

(§58) Quanto à crueldade, pode ser de dois tipos: intencional e não intencional. A crueldade intencional consiste em causar dor propositalmente a outro ser vivo; e este é o maior de todos os pecados - obra mais própria de um demônio do que de um homem. Dirias que nenhum homem poderia fazer tal coisa; mas os homens a têm feito frequentemente, e ainda hoje a estão fazendo diariamente. Os inquisidores a fizeram; muitas pessoas religiosas fizeram-na em nome de sua religião. Os vivisseccionistas a fazem; muitos professores de escola a fazem habitualmente. Todas estas pessoas tentam desculpar a sua brutalidade dizendo que é o costume; mas um crime não deixa de ser crime porque muitos o cometem. O carma não leva em conta o costume; e o carma da crueldade é, de todos, o mais terrível. Na índia, pelo menos, não pode haver desculpa para tais costumes, pois o dever de não causar dor é bem conhecido de todos. O destino reservado aos cruéis terá de cair também sobre todos os que intencionalmente matam criaturas de Deus, chamando a isso de "esporte".

(§59) Sei que tu não farias coisas tais como estas; e pelo amor de Deus, quando a oportunidade se oferecer falarás claramente contra elas. Existe, porém, a crueldade no falar tanto quanto no agir; e um homem que diz uma palavra com a intenção de ferir a outrem é culpado deste crime. Isto tu também não farias; mas, às vezes, uma palavra descuidada causa tanta dor quanto uma maliciosa. Deves, pois, estar alerta contra a crueldade não intencional.

(§60) Ela procede, usualmente, da irreflexão. Um certo homem é tão cheio de cobiça e avareza que nunca pensa sequer quanto sofrimento causa a outros pagando-lhes muito pouco, ou por deixar meio famintos sua mulher e filhos. Outro pensa apenas em sua própria luxúria, pouco lhe importando quantas almas e corpos ele arruína para satisfazê-la. Um outro, ainda, somente para poupar-se uns poucos minutos de incômodo, não paga os seus empregados no dia apropriado, sem pensar nas dificuldades que lhes causa. Tanto sofrimento é causado meramente pela irreflexão - por esquecer-se de pensar como uma ação afetará os outros. Porém, o carma nunca esquece, e não leva em conta o fato de que os homens esquecem. Se desejas entrar na Senda, tens de pensar nas consequências do que fizeres, para que não sejas culpado de crueldade irrefletida. (...)"

(Krishnamurt – Aos Pés do Mestre – Ed. Teosófica, Brasília)


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