"(§40) Deves sentir perfeita
tolerância por todos e um sincero interesse pelas crenças daqueles de outra
religião, tanto quanto pela tua própria. Porque a religião dos outros é um
caminho para o Supremo, da mesma forma que a tua. E para auxiliar a todos deves
a todos compreender.
(§41) Mas a fim de alcançar esta
perfeita tolerância, deves, tu próprio, em primeiro lugar, libertar-te do
fanatismo e da superstição. Tens de aprender que não há cerimônias necessárias;
senão pensarias ser de algum modo melhor do que aqueles que não as praticam.
Não deves, porém, condenar os outros que ainda se apegam a cerimônias. Deixa-os
fazer conforme sua vontade; mas eles não devem intrometer-se contigo que sabes
a verdade - não devem tentar forçar-te àquilo que já ultrapassaste. Sê
indulgente com todos: sê amável em tudo.
(§42) Agora que teus olhos estão
abertos, algumas de tuas antigas crenças, tuas antigas cerimônias, podem
parecer-te absurdas; talvez, de fato, elas realmente assim sejam. Contudo,
ainda que não possas mais tomar parte nelas, respeita-as por amor aquelas boas
almas para quem elas ainda são importantes. Elas têm o seu lugar e a sua
utilidade; são como aquelas linhas duplas que, quando criança, guiavam-te para
escreveres em linha reta e na mesma altura, até que aprendeste a escrever muito
melhore mais livremente semeias. Houve um tempo em que delas necessitaste;
agora, porém, aquele tempo já passou.
(§43) Um grande Instrutor
escreveu certa vez: "Quando eu era criança, falava como criança, entendia
como criança, pensava como criança; mas quando me tornei homem, deixei os modos
infantis". No entanto, aquele que esqueceu sua infância e perdeu a
simpatia pelas crianças não é o homem que as possa ensinar ou auxiliar. Assim,
considera amável, gentil e tolerantemente a todos; mas a todos igualmente,
sejam budistas ou hindus, jainistas ou judeus, cristãos ou maometanos."
(Krishnamurt - Aos Pés do Mestre - Ed. Teosófica, Brasília)
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