“Bem-aventurados os que têm fome
e sede de justiça, porque eles serão fartos” (Mateus 5:6)
Referência paralela:
“Bem-aventurados vós, que agora
tendes fome, porque sereis fartos” (Lucas 6:21)
“As palavras “sede” e “fome”
estabelecem uma metáfora apropriada para a busca espiritual do homem. Primeiro,
precisamos ter sede pelo conhecimento teórico de como alcançar a salvação.
Depois de saciada essa sede ao aprendermos a técnica prática para efetivamente
entrar em contato com Deus, podemos então satisfazer a fome interior da
Verdade, banqueteando-nos diariamente do divino maná da percepção espiritual
resultante da meditação.
Aqueles que buscam satisfação em
coisas materiais descobrem que a sede de seus desejos nunca é mitigada, nem
pode sua fome ser jamais saciada com a aquisição de posses. O anseio, presente
em cada ser humano, de preencher um vazio interior é o desejo da alma por Deus.
Esse desejo somente pode ser apaziguado ao se experimentar a própria
imortalidade e o estado imperecível de divindade em união com Deus. Quando a
pessoa tolamente tenta saciar a sede de sua alma com as falsificações da
satisfação sensorial, ela anda às cegas de um a outro prazer evanescente,
rejeitando por fim a todos como inadequados.
Os prazeres sensoriais pertencem
ao corpo e à mente inferior; eles não oferecem nenhum sustento ao ser mais
íntimo do homem. A inanição espiritual de que sofrem todos os que subsistem das
ofertas dos sentidos pode ser aliviada somente por meio da justiça – as ações,
as atitudes e os atributos que são legítimos para a alma: a virtude, o
comportamento espiritual, a bem-aventurança, a imortalidade.
Justiça significa agir
corretamente nos setores, físico, mental e espiritual da vida. As pessoas que
sentem grande sede e fome pelo cumprimento dos supremos deveres da existência
recebem a bem-aventurança sempre nova de Deus: “Bem-aventurados vós que tendes
sede de sabedoria, e que considerais a virtude e a justiça como o verdadeiro
alimento capaz de satisfazer vossa fome interior, pois tereis essa perene
felicidade que advém somente quando seguimos os ideais divinos – o incomparável
contentamento do coração e da alma.”
(Paramahansa
Yogananda – A Yoga de Jesus – 86/87)
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