OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


quinta-feira, 27 de março de 2025

PAIXÃO E AMOR (PARTE FINAL)

"(...). O Evangelho de Jesus é o poema que canta o Seu amor pela Humanidade de todas as épocas, retratando em páginas de incomparável beleza a Sua doação de vida e de entendimento em relação a todas as criaturas que Lhe constituíam o objetivo a que se entregou. 

Oferecendo-se em holocausto humano, permaneceu fiel à Sua mensagem de libertação afetiva, sem frustração nem angústia, encerrando aquela fase do Seu messianato com insuperável declaração de entendimento da incoercível inferioridade dos Seus perseguidores: - Perdoa-os, meu Pai, porque eles não sabem o que fazem.

A grande paixão de Jesus é a criatura humana, mas as paixões humanas, normalmente são caracterizadas pelos instintos e desejos desenfreados, exceto quando direcionadas para as construções do bem e do amor em qualquer lugar onde se apresentem. "

Texto extraído do livro "Lições para a Felicidade", de Divaldo Franco/Joanna de Ângelis, Livraria Espírita Alvorada Editora, Salvador/BA, 2003, p. 155/156.
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terça-feira, 25 de março de 2025

PAIXÃO E AMOR (2ª PARTE)

"(...). O poeta Shakespeare encontrou a solução para deixar a imaginação humana continuar a paixão de
Romeu e Julieta, mediante a tragédia que elaborou para consumi-los, desde que ela não suportaria o desgaste da convivência diária, os conflitos de conduta no relacionamento constante.   

Marco Antônio, o vitorioso de Roma e Cleópatra, a rainha do Egito, são também um exemplo trágico da paixão por projeção, que termina em caos.

Abelardo e Beatriz igualmente experimentaram as consequências da irreflexão e sofreram a abrupta interrupção do encantamento, pagando o alto preço que se transformou em belas páginas escritas pelo primeiro, que assim eternizou os sentimentos de ambos, que não puderam consumar.

A relação é muito grande dos célebres enamorados, que a paixão devorou, pela falta de estrutura e da presença do amor real.

O amor é dúlcido, sem violência nem arroubos desesperados, que incendeiam e aniquilam. A sua mensagem é real, sem o imaginário do desequilíbrio nem do fantasioso, constituindo estímulo para quem ama sem sofrer desgaste, tanto quanto para o ser amado que não se submete.

Na paixão, sempre existem os componentes da dominação, do ciúme, da insegurança, do desespero, enquanto que, no amor, todo sentimento se enriquece de paz e de alegria, construindo o futuro a dois, sem perda da identidade nem da personalidade de qualquer um deles.

Enquanto a paixão é feita de impulsos imediatistas e extravagantes, o amor se expressa pela ternura e pela confiança, contribuindo para o crescimento moral do indivíduo, que avança no rumo de mais altas aquisições.

Na raiz de muitas conquistas do gênero humano encontra-se uma admirável história de amor, que não se desfaz em tragédia nem se despedaça no fragor dos desentendimentos afetivos.

O ser humano é convidado pela vida ao encontro da própria alma, à conquista do seu espaço interior, que não pode ser violado por ninguém, e o amor é o inspirador dessa viagem de segurança, que faculta o descobrimento da realidade e o equipa com instrumentos próprios para administrá-la de maneira eficiente a serviço do progresso moral e da plenitude.

Sob a inspiração do amor a alma é conquistada, mas, por outra forma, a alma não pode prescindir dos estímulos do amor.

Eis por que se pode asseverar que o amor é de conteúdo divino, enquanto que a paixão é uma consequência dos tormentos humanos.

A paixão se nutre dos desejos que defluem do magnetismo sexual, enquanto que o amor é fruto do amadurecimento psicológico e do discernimento espiritual.

A paixão é rápida e deixa escombros, enquanto que o amor é duradouro e oferece sementeira de bênçãos. (...)."

Texto extraído do livro "Lições para a Felicidade", de Divaldo Franco/Joanna de Ângelis, Livraria Espírita Alvorada Editora, Salvador/BA, 2003, p. 153/155.
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sexta-feira, 21 de março de 2025

CORAGEM

"Não poderemos ser autênticos se não formos corajosos. Não poderemos ser originais se não lançarmos mão do destemor. Não poderemos amar se não corrermos riscos. Não poderemos pesquisar ou perceber a realidade se não fizermos uso da ousadia.

A palavra coragem vem da raiz latina cor, cordis, que significa coração (sede ou centro da alma, da inteligência e da sensibilidade). Portanto, ser corajoso significa agir utilizando um potencial que vem de dentro - a voz do coração.

Coragem não é arrogância ardilosa, determinação astuta ou agressividade. Ela é, na realidade, a certeza íntima que se demonstra na moderação dos atos e atitudes, na firmeza de caráter e no desempenho perseverante de uma atividade.

É necessário coragem para assumir as consequências de nossas ações e desacertos; para suportar a vontade de retrucar de acordo com as ofensas recebidas; para sentir e fazer as coisas que acreditamos serem certas para nós, ainda que o medo da rejeição e da discriminação nos ameace; para aprender a dizer 'não', impedindo que passemos a vida inteira sendo usados ou explorados; para ver as coisas pelo lado bom, esperando sempre uma solução favorável; para não aceitar responsabilidades que não são nossas, mas de amigos ou parentes imprudentes que se omitem em executá-las.

A criatura realmente corajosa sabe que viver é correr riscos, é enfrentar o desconhecido. Ela solta o passado e deixa o futuro vir a ser. O futuro é uma semente de possibilidades, o passado ficou para trás; devemos deixá-lo passar. O presente nada mais é do que um deslocamento em direção ao futuro. A todo instante o presente está se tornando futuro e o passado indo embora.

Todos nós estamos constantemente enfrentando coisas ignoradas, desconhecidas. Correr riscos indica a probabilidade de insucesso em função de ocorrências que, muitas vezes, escapam de nossas mãos, pois não dependem exclusivamente de nosso empenho ou vontade.

'O uso dos bens da terra é um direito para todos os homens (...) Esse direito é a consequência da necessidade de viver (...)".

Ao utilizarmos os 'bens da terra' nos sentiremos temerosos e vacilantes diante dos riscos da vida, mas esses perigos são muito valiosos para que possamos amadurecer. Lembremo-nos que errar faz parte do crescimento, pois é uma 'consequência da necessidade de viver'. Sempre que tomamos consciência de nossos erros, chegamos mais perto da verdade. Trata-se de uma busca ou descoberta pessoal; ninguém pode fazê-la por nós.

Os 'bens da terra', aqui citados pelos Espíritos Amigos, também são os 'bens éticos' - conjunto de princípios ou valores universais de uma sociedade referentes à vida, à dignidade das pessoas e ao aprimoramento de uma coletividade.

Ao lançarmos mão dos 'bens éticos' podemos, de início, não saber usá-los convenientemente, mas necessitamos de coragem. autonomia e firmeza de espírito para vivenciá-los e, não buscar de modo desesperado o consenso ou aprovação das pessoas. É impossível passar pela vida sem incorrer em grandes doses de desaprovação. É o ônus que pagamos pelo fato de vivermos numa sociedade, onde a diversidade de opiniões é uma das características mais marcantes das criaturas.

Os grandes missionários da história nos ensinam que não se pode agradar a todos, e que precisamos ser livres das opiniões alheias. 

Usar a própria alma como guia e não precisar do consentimento exterior é utilização correta da verdadeira coragem postura psicológica que nos plenifica, em qualquer nível, nas pretendidas realizações pessoais.

Não poderemos ser autênticos se não formos corajosos. Não poderemos ser originais se não lançarmos mão do destemor. Não poderemos amar se não corrermos riscos. Não poderemos pesquisar ou perceber a realidade se não fizermos uso da ousadia. A coragem é uma qualidade interior que vem em primeiro lugar, tudo o mais acontece sucessivamente.

Um olhar cuidadoso na vida de Jesus irá revelar a criatura extremamente corajosa, o indivíduo que pregou a tenacidade diante de situações emocionais ou moralmente difíceis e que não teve medo de enfrentar a desaprovação. No entanto, muitos dos seus seguidores distorceram seus ensinos, transformando-os no catecismo da culpa, temor e submissão.

O Mestre de Nazaré sempre se conduziu com base em sua consciência pessoal, em sua integração com a Divindade e nas leis naturais, em vez de fazê-lo porque alguém ditou a maneira que ele deveria pensar ou se comportar.

O Cristo de Deus era dirigido por razões interiores que, literalmente, nada tinham a ver com o fato de que alguém possa ter gostado ou não do que Ele tivesse dito ou feito. Sempre considerou os mandamentos de Moisés, porém sabia que tudo que é escrito e traduzido ao pé da letra, bem como tudo que é relatado de forma oral, ou seja, passado de geração a geração, se reveste através dos séculos de uma atmosfera simbólica ou mítica.

'Não penseis que vim revogar a Lei e os Profetas. Não vim revogá-los, mas dar-lhes pleno cumprimento (...)'. A atitude de 'dar cumprimento', aqui proclamada, estava revestida de nobreza corajosa para a execução, realização e desenvolvimento de algo propício para a atualização do aperfeiçoamento moral da humanidade.

Jesus não receava correr riscos, porque seus valores não eram locais; em outras palavras, não eram analisados sob a luz de um enfoque particular e geográfico. O Mestre via a si mesmo como pertencente à vida universal; transcendia as fronteiras tradicionalistas - família, raça, cidade, estado ou país. Aliás, a coragem dos renovadores é geralmente rotulada, pela mediocridade ou incompreensão da humanidade, de rebeldia, desobediência e perturbação dos valores preestabelecidos ou convencionais."

Extraído do livro "Os prazeres da alma", de Francisco do Espírito Santo Neto, pelo espírito Hammed, Boa Nova, ed. e dist. de livros espíritas, Catanduva, SP, 2003, p. 119/122.
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quinta-feira, 20 de março de 2025

PAIXÃO E AMOR (1ª PARTE)

"(...). '907. Será substancialmente mau o principio originário das paixões, embora esteja na natureza?

"Não; a paixão está no excesso de que se acresceu a vontade, visto que o princípio que lhe dá origem foi posto no homem para o bem, tanto que as paixões podem levá-lo à realização de grandes coisas. O abuso que delas se faz é que causa o mal.'


O desenvolvimento da afetividade decorre do amadurecimento psicológico do ser que cresce, a esforço moral, ampliando a capacidade de entendimento emocional e cultural. Nem sempre, porém, resulta da aquisição de cultura, mas sim da perfeita harmonia entre sentir e saber, de modo que se possam evitar os distúrbios que, não raro, surgem durante o processo de evolução.

A afetividade é de incomparável necessidade para a afirmação dos sentimentos e da consciência humana, em razão da constituição espiritual, emocional e psíquica de que todos são constituídos.

Quando irrompem as emoções em catadupas, ante o encontro com outra pessoa, que produz impacto de alta expressão, que se transforma em desejo, esse não é um real sentimento de amor, mas sim de paixão. A paixão, invariavelmente, é um fenômeno de transferência psicológica, mediante o qual o indivíduo se deslumbra por si mesmo, refletido naquele que o atrai e lhe provoca encantamento. A sua porção feminina, quando se trata de um homem, ou masculina, quando seja mulher, expressa nos conteúdos psicológicos anima e animus, é projetada para o outro, que passa a habitar uma galeria mitológica, tornando-se um alguém irreal que necessita ser conquistado. 

Todo o empenho é desenvolvido para consegui-lo, e os estímulos orgânicos se tornam poderosos em face da atração magnética de ordem sexual que é experienciada, atuando de maneira a levar o apaixonado a triunfar sobre a sua presa que, adorada, sintetiza todas as ambições e necessidades do conquistador. É semelhante às ocorrências do mesmo gênero no panteão mitológico dos deuses. O ser humano, no entanto, não é deus algum, mas ser com sensibilidade e sentimentos comuns...

No começo o relacionamento é intenso, a admiração é constante, porque a imagem projetada inspira todo esse encantamento e interesse.

À medida, porém, que a convivência demitiza o sobrenatural da afetividade desequilibrada, a realidade assume o inevitável papel de controle das emoções, e o despertamento traz o desencanto e a amargura que passam a conviver com os parceiros, quando não o desentendimento, a agressividade, a violência, o crime...

Normalmente, após o estabelecimento de qualquer fenômeno de paixão afetiva, surgem o acordar da consciência e o conflito de comportamento, que levam a sofrimentos que poderiam ser evitados, caso se houvesse agido com equidade e maturidade psicológica.   

Esse tipo de arrebatamento que conduz ao imaginoso, à fantasia, ao mítico, atribuindo virtudes e belezas a outrem, que os não possui, de um para outro momento, é como o fogo fátuo, de efêmera duração, sendo efeito da combustão de gases que evolam dos cemitérios e pântanos, que brilham e logo desaparecem...

Nessa projeção de belezas com promessas de felicidade perene, em breve tempo sucumbem as aspirações cultivadas e logo surgem os conflitos perturbadores, que também são reflexos da personalidade atribulada e insatisfeita, que busca prazeres sexuais e outros, distante das emoções enriquecedoras e de alto significado.

Esse tipo de busca - a do sexo sob impulsos de desordenadas aspirações do prazer - não satisfaz, deixando sempre um sentimento de culpa, quando não se dá também o de frustração, que envilece e amargura.

Raramente se transforma em motivo de aprimoramento moral, porque o indivíduo se escraviza e se entrega, perdendo a sua realidade, quando se prolonga por algum tempo mais esse tipo de chama abrasadora.

As consequências são sempre infelizes. A história da literatura oferece exemplos muito significativos que merecem reflexão.(...)." 

Texto extraído do livro "Lições para a Felicidade", de Divaldo Franco/Joanna de Ângelis, Livraria Espírita Alvorada Editora, Salvador/BA, 2003, p. 151/153.
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terça-feira, 18 de março de 2025

FILHO ÚNICO DE DEUS

"A Bíblia", objetou um recém-chegado, quando da pregação de Paramhansa Yogananda, 'nos diz que Jesus é o único Filho de Deus. Assim sendo, como você pode falar de outros mestres como sendo semelhantes a Ele?'

Respondeu o Mestre: 'Quando os judeus acusaram Jesus de blasfêmia por Ele dizer 'Eu e meu Pai somos um só', Ele lhes respondeu, Não dizem as vossas Escrituras que sois deuses?'*

'Os seguidores de cada religião gostam de afirmar o caráter único das suas crenças. A afirmação deles, contudo, deriva das interpretações equívocas e da ignorância dos homens. Todos gostam de afirmar que aquilo que possuem é, também, o melhor!

'Jesus, como todos os grandes mestres, falou a partir de dois níveis de identidade: o nível humano e o nível divino. Como ser humano, Ele pôde gritar na cruz, 'Pai, por que me abandonastes?'; entretanto, no seu Eu superior infinito, divino, disse acertadamente que Ele era o único Filho de Deus. Pois nessa consciência Ele estava identificado com a Consciência de Cristo, que é o único reflexo de Deus em toda a criação, o Pai além da criação.

'A Consciência de Cristo não é um homem com barba e com uma longa túnica branca a cair graciosa pelo corpo! Quando Jesus usava o pronome 'Eu', falando a partir desse amplo estado de consciência, ele estava se referindo ao Eu superior infinito de todos os seres, não seu frágil corpo humano.

'A Consciência de Cristo está por trás de todo o Universo criado. Quem quer que afaste a sua consciência da ligação com o ego e a associe ao Infinito pode, com todo o direito, dizer em companhia de Jesus: 'Eu sou o Filho de Deus.'

'Além disso, pode dizer: 'Eu e o meu Pai somos um', exatamente como disse Jesus, visto que o Filho e o Pai são aspectos da mesma realidade.

'Nesse estado, a sua consciência do 'Eu' não é mais limitada pelo humano. A onda voltou ao vasto oceano de que proveio, e nele se fundiu. Ela se tornou o oceano.'"

*João 10:34.50

Paramhansa Yogananda, A Essência da Autorrealização, Ed. Cultrix-Pensamento, São Paulo, SP, p. 49/50..
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